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Perícia confirma que metanol foi adicionado em bebidas apreendidas em SP

Laudo da Polícia Científica aponta que composto químico nas bebidas apreendidas em São Paulo não é resultado natural da destilação

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Autoridades reforçam medidas contra bebidas adulteradas diante de casos de intoxicação por metanol | Divulgação/Pablo Jacob/Governo de SP
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A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP) confirmou nesta quarta-feira (8) que o metanol encontrado em lotes de bebidas apreendidas durante fiscalizações no estado foi adicionado de forma irregular e não é produto da destilação natural. A conclusão faz parte de um laudo elaborado pelo Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Científica de São Paulo.

Segundo nota da SSP, o Instituto de Criminalística trabalha ininterruptamente, 24 horas por dia, na análise das amostras encaminhadas pela Polícia Civil. O metanol é um tipo de álcool altamente tóxico para humanos, e pode levar à cegueira permanente e até a óbito.

O órgão realiza tanto as perícias de constatação e medição das concentrações de metanol quanto a análise documentoscópica dos rótulos e lacres das garrafas apreendidas.

"Pode-se afirmar, até o momento, e de acordo com as concentrações encontradas, que o metanol foi adicionado, não sendo, portanto, produto de destilação natural", diz SSP em nota.

No entanto, o instituto não divulgou a quantidade de garrafas analisadas e nem os tipos de bebida. Um balanço do governo do estado informou que 16 mil garrafas foram apreendidas com indício de falsificação ou adulteração desde o dia 29 de setembro. Desde janeiro deste ano, ainda segundo o governo, foram 66 mil apreensões.

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O estado de São Paulo registra três mortes confirmadas por intoxicação por metanol, além de mais sete óbitos em investigação. Segundo a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP), o total de casos de intoxicação por metanol é de 176, sendo 158 em investigação e 18 confirmados.

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Linhas de investigação e medidas do governo

Na segunda-feira (6), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) detalhou em coletiva de imprensa que a Polícia Civil trabalha com duas linhas principais de investigação:

  • Contaminação por metanol utilizado na limpeza de garrafas reaproveitadas;
  • Uso intencional de metanol para aumentar o volume de bebidas adulteradas.

De acordo com Tarcísio, as operações da Vigilância Sanitária são o ponto de partida para identificar a origem da contaminação.

"Partimos do bar onde houve a contaminação, cruzamos a nota fiscal para verificar a origem da bebida, qual foi o distribuidor que vendeu, e fazemos a fiscalização", explicou.

Até o momento, 10 estabelecimentos foram interditados cautelarmente, incluindo seis distribuidoras e dois bares que tiveram a inscrição estadual suspensa. "Quem não conseguir comprovar de onde sua bebida está vindo vai ter a inscrição estadual cassada. Ou seja, não vai conseguir operar", destacou o governador.

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O governo paulista também anunciou a aquisição de 2.500 ampolas de álcool etílico o antídoto usado no tratamento de intoxicação por metanol. As doses serão distribuídas a 20 hospitais da rede estadual para garantir o atendimento rápido aos pacientes contaminados.

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