Publicidade
Brasil

"Oxalá esse veto seja mantido", afirma Lewandowski sobre Lei das Saidinhas

Em evento no CNJ, o ministro da Justiça elogiou a decisão do presidente Lula de vetar trechos do projeto de lei que restringiam as saídas temporárias

Imagem da noticia "Oxalá esse veto seja mantido", afirma Lewandowski sobre Lei das Saidinhas
Publicidade

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, criticou, nesta terça-feira (16), o projeto de lei que restringe as saídas temporárias dos presos em regime semiaberto no Brasil. Segundo ele, o Congresso Nacional adotou uma "visão punitivista" de "encarceramento exacerbado" ao aprovar a proposta, que teve os pontos mais relevantes vetados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Oxalá esse veto seja mantido", disse Lewandowski.

A declaração ocorreu em evento no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), para assinatura de um programa de incentivo à leitura atrelado à remissão de pena dos detentos. O acordo foi firmado entre o CNJ, o Ministério da Justiça e a Biblioteca Nacional. Fazem parte do programa a doação de livros aos presídios, com participação de editoras brasileiras e o desenvolvimento de premiações aos estados que mais promoverem a leitura na comunidade carcerária.

A versão aprovada pelo Congresso

Ao criticar o projeto de lei, Lewandowski disse que o Congresso Nacional "praticamente extinguiu" as saídas temporárias, consideradas por ele fundamentais à ressocialização dos presos. Entre as restrições impostas no projeto, estão a proibição de saídas em datas comemorativas para visita aos familiares e para atividades "de convívio social".

A única possibilidade de saída, de acordo com o texto aprovado pelo Congresso Nacional, é para estudar e trabalhar, ainda assim mediante monitoramento com tornozeleiras eletrônicas e a realização de um "exame criminológico" para verificar se o preso está apto a desfrutar do benefício.

+ Lei das Saidinhas: veja o que muda após Lula sancionar, com veto, nova legislação sobre presos

A versão do governo federal

Embora tenha mantido o uso de tornozeleira e a previsão do exame criminológico, o presidente Lula sancionou o projeto com vetos aos trechos referentes às visitas em datas festivas e a atividades de convívio social.

Na prática, portanto, os presos continuam contando com esses benefícios, pelo menos até que o Congresso Nacional avalie se derruba ou não os vetos do presidente. A oposição já iniciou as articulações para derrubar os vetos, a fim de preservar o texto original. A análise dos vetos ocorrerá em sessão conjunta prevista para esta quinta (18).

+ Derrite articula derrubada dos vetos de Lula à lei das "saidinhas"

No CNJ, Lewandowski repetiu as justificativas apresentadas pelo governo federal no momento da sanção presidencial. De acordo com o ministro, o posicionamento do Congresso viola os princípios constitucionais da dignidade humana, da individualização da pena e da proteção que o Estado deve dar à família.

+ AGU e Ministério da Justiça pedem estabelecimento de critérios para saída temporária de presos

Regulamentação pelo CNJ

Lewandowski reiterou o pedido feito pela Advocacia-Geral da União (AGU) ao CNJ, para regulamentar o uso da tornozeleira eletrônica e o exame criminológico nas saídas temporárias. Na avaliação do ministro, as regras para implementação dessas medidas ainda não estão claras. "Peço agora, já de forma antecipada, especial atenção em relação a esse pedido no sentido de regulamentar esse assunto", disse o ministro.

Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade