Operação Contenção: Quem são os alvos, presos e foragidos em ação no Rio
Megaoperação nos complexos do Alemão e da Penha teve como objetivo conter a expansão territorial de facção criminosa


Vicklin Moraes
A Operação Contenção, megaoperação conjunta das polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro realizada nesta terça-feira (28) nos complexos do Alemão e da Penha, deixou ao menos 100 mortos e teve como objetivo conter a expansão territorial do Comando Vermelho (CV), segundo o governo estadual.
Em coletiva nesta quarta-feira (29), o governador Cláudio Castro informou que 113 pessoas foram presas, 33 delas vindas de outros estados, além de 10 adolescentes apreendidos. As forças de segurança também recolheram 118 armas, sendo 91 fuzis.
Lideranças na mira
Os complexos do Alemão e da Penha são considerados o “coração” do Comando Vermelho, onde atua a alta cúpula da facção. Entre os principais alvos estavam Carlos da Costa Neves, o Gadernau; Juan Breno Malta Ramos Rodrigues, o BMW; e Edgar Alves de Andrade, o Doca, de 50 anos, apontado como o segundo na hierarquia do CV, abaixo apenas de Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP. Contra Doca, há mais de 20 mandados de prisão expedidos, segundo o Conselho Nacional de Justiça.
Investigado por mais de 100 homicídios, Doca é acusado de ordenar a execução de três médicos na Barra da Tijuca, em outubro de 2023, após confundi-los com milicianos de Rio das Pedras. Na Penha, segundo a polícia, ele coordena roubos e furtos de veículos e cargas.
Durante a operação, o criminoso conseguiu escapar. O Disque Denúncia elevou para R$ 100 mil a recompensa por informações que levem à captura, o maior valor já oferecido pelo serviço, igualado apenas em 2000, quando a polícia buscava Fernandinho Beira-Mar.

Entre os detidos está Thiago do Nascimento Mendes, o Belão, braço direito de Doca. Ele foi capturado na tarde de terça-feira (28), escondido em uma casa na Favela da Chatuba, na Penha. De acordo com as investigações, Belão participava de reuniões estratégicas do CV para organizar a distribuição de armas entre os complexos do Alemão e da Penha, além de chefiar o Morro do Quitungo, área em disputa com o Complexo de Israel, dominado pelo Terceiro Comando Puro (TCP).

A operação também prendeu Nikolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro de Doca e responsável por gerir a contabilidade do tráfico, abastecimento de armas e drogas, comunicação interna e pagamentos.
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