Ministério Público denuncia guardas municipais de São Paulo que agiam como milícia na Cracolândia
Acusados podem responder por crimes como lavagem de dinheiro, grupo organizado e concussão por vantagem indevida
SBT News
O Ministério Público de São Paulo denunciou nesta quinta-feira (15) os quatro guardas civis da capital paulista acusados de participar de uma milícia que extorquia comerciantes de estabelecimentos na Cracolândia em troca de segurança. Elisson Assis, Antônio Carlos Amorim Oliveira, Renata Oliva de Freitas e Rubens Alexandre Bezerra podem responder por grupo organizado, concussão por vantagem indevida e por crimes de lavagem de dinheiro.
Investigações realizadas no âmbito da Operação Salus et Dignitas, conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), apontaram que os denunciados exigiam, de forma indevida, dinheiro de empresários a título de “taxa de proteção” contra ataques de dependentes químicos.
Em áudio obtido pelos promotores, um dos acusados afirma que, caso algo acontecesse com algum dos comerciantes pagantes, 18 guardas civis seriam imediatamente destacados para fazer a segurança do local, revelando, segundo a investigação, a prestação de serviços de segurança privada durante o plantão do serviço público.
Foi encontrada ainda uma lista indicando as empresas que haviam realizado o pagamento, assim como a data limite para o repasse de recursos. Considerando apenas a conta bancária de um das integrantes da milícia, houve a movimentação de mais de R$ 240 mil.