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Mais de 150 servidores passam mal após refeição no Hospital Júlia Kubitschek, em BH

Sindicato questiona contrato da empresa fornecedora de alimentação; fundação responsável pelo hospital informou que todas as medidas protocolares foram adotadas

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Mais de 150 servidores do Hospital Júlia Kubitschek (HJK) em Belo Horizonte, apresentaram sintomas gastrointestinais após se alimentarem na unidade nos últimos três dias. Entre os principais sintomas estão náuseas, vômitos, diarreia, cólicas e dores de cabeça.

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Segundo relatos de profissionais, os primeiros casos surgiram na quarta-feira (8). Na manhã desta quinta-feira (9), mais trabalhadores passaram mal.

A diretora do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG), Neuza de Freitas, afirmou que visitou os setores e encontrou muitos funcionários com sintomas, além de alertar para o impacto na escala de trabalho, que ficou desfalcada.

O sindicato informou que já contestava a forma de contratação da empresa responsável pelo fornecimento de alimentação no hospital. Em 3 de outubro, enviou ofício ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), com cópia ao deputado estadual Lucas Lasmar (REDE-MG) e ao presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Durval Ângelo, solicitando reunião para tratar da fiscalização dos gastos públicos.

No documento, o Sind-Saúde apontou diferença superior a R$ 30 milhões entre a proposta vencedora e a contratada, estimando prejuízo diário de mais de R$ 19 mil devido à não assinatura com a empresa classificada em primeiro lugar. O sindicato também destacou que, apesar da empresa contratada ter ficado em quarto lugar no pregão, o contrato foi firmado para 24 meses, fato que gerou questionamentos sobre a lisura do processo.

A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou que, assim que surgiram os primeiros relatos, todas as medidas previstas em protocolo foram adotadas imediatamente. As Vigilâncias Sanitárias Estadual e Municipal foram notificadas e conduzem investigação sanitária, com coleta de amostras.

Nota Fhemig

A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informa que, assim que foram identificados os primeiros relatos de sintomas gastrointestinais entre servidores do Hospital Júlia Kubitschek (HJK), todas as medidas previstas em protocolo foram imediatamente adotadas. As equipes da Medicina do Trabalho, Segurança do Paciente e a empresa responsável pela alimentação foram prontamente acionadas. As Vigilâncias Sanitárias Estadual e Municipal também foram notificadas e já estão conduzindo a investigação sanitária, com a coleta das amostras necessárias. Não houve relato de casos em pacientes e acompanhantes.

Até o momento, foram identificados aproximadamente 100 servidores com sintomas. Todos foram prontamente acolhidos e estão sendo acompanhados.

A Fhemig reitera seu compromisso com a segurança e o bem-estar de seus profissionais, pacientes e acompanhantes, mantendo rígidos protocolos de controle sanitário e vigilância interna. A situação está sendo monitorada de forma contínua pelas equipes técnicas da unidade.

Nota Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde

Em três dias surgiram mais de 150 trabalhadores do Hospital Júlia Kubitschek (HJK) passaram mal após refeição no trabalho e tiveram sintomas de gastrointestinais como náuseas, vômitos, diarreia, cólicas e dores de cabeça. O Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde (Sind-Saúde/MG) acompanha de perto a situação e se preocupa com a saúde dos trabalhadores e a gravidade da situação. A diretora da entidade Neuza de Freitas afirma que está em contato com os servidores e que o impacto também é grave na escala de trabalho que está toda desfalcada. A diretora, que assim que tomou conhecimento foi ao Hospital, alerta ainda que ao visitar os setores encontrou muitos trabalhadores passando mal.

Sind-Saúde alertava contrato com empresa

O Sindicato já contestava a forma de contratação realizada para o fornecimento da alimentação na unidade. No dia 03 de outubro o Sind-Saúde encaminhou para o Ministério Público (MPMG), com cópia para o deputado Lucas Lasmar e para o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE) Durval Ângelo documento que solicitava reunião para tratar de fiscalização de gastos públicos referente ao serviços de alimentação no HJK, fruto do Pregão Eletrônico nº 75/2025 (Processo de Compra nº 0510037 000075/2025).

"O tema reveste-se de alta relevância por envolver recursos públicos expressivos e indícios de possíveis irregularidades no processo de habilitação e contratação, conforme documentos públicos e decisões judiciais já proferidas, inclusive com parecer emitido por este Ministério Público. Conforme consta dos autos, há diferença superior a R$ 30 milhões entre a proposta vencedora e a contratada, com prejuízo financeiro diário estimado em mais de R$ 19 mil decorrente da não assinatura contratual com a vencedora do certame", diz trecho do ofício do Sind-Saúde que relata a tentativa inicial de discussão com a gestão da unidade.

O que chamou atenção do Sindicato para acionar o Ministério Público é que apesar da empresa ter se classificado em quarto lugar no pregão e o valor cobrado pela ser superior a R$30 milhões do primeiro do ranking, o contrato foi estabelecido.

Ao questionar a gestão do hospital em reunião no dia 29 de setembro sobre a diferença do valor do contrato, os representantes dos trabalhadores também foram informados que o contrato estaria vigente para os próximos 24 meses. Na ocasião, o Sind-Saúde afirmou que acionaria o Conselho Local de Saúde, o MP e o TCE.

O Sind-Saúde reforça que não é objeto de preocupação a empresa contratada, mas sim a preservação do interesse público, da qualidade dos serviços prestados aos trabalhadores e a lisura do trato com a coisa pública.

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