Filha de guru espiritual é investigada por suposto envolvimento em abusos em seita de Viamão
Líder conhecido como Prem Milan e seus dois filhos são acusados de desviar R$ 20 milhões de vítimas, além de suspeitas de curandeirismo e tortura psicológica
SBT News
A Justiça de Viamão, no Rio Grande do Sul, decidiu nesta terça-feira (17) estender as medidas cautelares impostas ao líder espiritual Adir Aliatti, conhecido como Prem Milan, à filha dele. Outro filho do "guru" também cumpre as mesmas regras. Os três não podem se aproximar das vítimas ou de seus familiares, devem usar tornozeleira eletrônica e entregar os passaportes. Em caso de descumprimento, poderá ser decretada a prisão preventiva dos suspeitos.
Aliatti é suspeito de tortura psicológica, curandeirismo, estelionato e desvio de cerca de R$ 20 milhões da Comunidade Osho Rachana. Sua filha é suspeita, segundo as investigações da Polícia Civil, de gerenciar os recursos financeiros da comunidade e coordenar atividades em outro estado. Relatos apontam que ela organizava a venda de livros pelas vítimas, com lucros revertidos para a comunidade terapêutica.
Na decisão, o juiz Henrique Lorscheiter da Fonseca, da 3ª Vara Criminal da Comarca de Viamão, também determinou o sigilo do processo até a conclusão das diligências.
+ Líder espiritual é investigado por desvio de R$ 20 milhões e violência contra seguidores
Abuso em comunidade terapêutica de Viamão
A Polícia Civil de Viamão, na região metropolitana de Porto Alegre, investiga Adir Aliatti, conhecido como Prem Milan, é investigado por suspeitas de tortura psicológica, curandeirismo, estelionato e desvio de cerca de R$ 20 milhões da Comunidade Osho Rachana.
Segundo denúncias, o dinheiro teria sido usado em viagens de luxo, investimentos e apostas online. A comunidade seguia os ensinamentos do guru indiano Osho, cujos abusos inspiraram a série ficcional Wild, Wild Country, e atraiu pessoas com promessas de cura espiritual. Ex-integrantes relataram abusos e violência nas terapias.
De acordo com a investigação da Polícia Civil, os suspeitos teriam causado danos significativos a cinco vítimas, incluindo coação para contrair empréstimos e uso de cartões de crédito, com valores desviados para a comunidade.
Durante a pandemia, Milan teria ordenado que seguidores fizessem empréstimos e repassassem o dinheiro ao grupo, além de exigir auxílios emergenciais e FGTS. As investigações apontam que imóveis e bens adquiridos com esses recursos estão em nome dele. Além das medidas cautelares, a Justiça bloqueou 25 contas bancárias ligadas a Aliatti e determinou o sequestro de bens móveis e imóveis, para tentar garantir reparação de danos às vítimas.
A defesa de Prem Milan nega os crimes e afirma que ele está colaborando com as autoridades. Enquanto isso, as vítimas aguardam justiça e temem que os crimes possam se repetir.