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Brasil

Jovens de baixa renda aprendem a criar jogos em São Paulo

Curso gratuito atrai adolescentes que sonham em desenvolver os próprios games

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Pessoa jogando videogames
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O desejo de mudar de vida e trazer orgulho para a família é o que motiva Laura Ramos Santos, de 13 anos, a sair de casa e se dirigir à Fábrica de Cultura em Taipas, na zona norte de São Paulo. A jovem encontrou no curso "Criar Jogos" uma oportunidade de realizar um sonho, que também era do irmão mais velho.

"Meu irmão mais velho sempre quis ser criador de jogos, e como ele não conseguiu realizar, eu tô tentando realizar por ele", contou Laura.

Além de Laura, outros jovens, como Agnaldo Pereira Santos Junior, de 14 anos, também se inscreveram no curso. Agnaldo sempre teve o sonho de desenvolver seus próprios games, inspirado pelas lembranças de infância e pelo incentivo dos amigos.

"Minha expectativa é criar jogos que eu jogava antes, quando eu era mais novo. E minha inspiração foi meus amigos ficarem me chamando, me insistindo, 'vem, vem jogar com nós'. Aí eu decidi vir e fazer", explicou Agnaldo.

O curso é parte de um projeto oferecido pela instituição Burburinho Cultural, voltado para crianças e adolescentes de baixa renda em São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro. Segundo Thiago Ramires, diretor de projetos da instituição, a ideia é aproveitar o interesse natural dos jovens por jogos para ensiná-los a criar seus próprios games, ao mesmo tempo em que desenvolvem habilidades em informática e computação.

"A gente sabe que o jovem está muito ligado hoje ao joguinho no celular, mas muitas vezes ele tem dificuldade com informática básica ou manipulação de computador de mesa. Um dos grandes objetivos do projeto é justamente difundir e formar jovens desenvolvedores para uma das indústrias que mais cresce no mundo", afirmou Thiago.

Somente na unidade de Taipas, 120 alunos estão inscritos no curso. Rafael Cardoso, gestor da Fábrica de Cultura, destacou a importância de oferecer esse tipo de formação de forma gratuita. "Ela traz a possibilidade de aprender gratuitamente. Você vai aprender a fazer ilustração, desenho, animação, tudo que compõe realmente um jogo. E hoje realmente esse jogo é caro."

De acordo com a Pesquisa Game Brasil 2024, 73% dos brasileiros têm o hábito de jogar videogame, um aumento de 3,8 pontos percentuais em relação ao ano passado. As mulheres se destacam, representando a maioria dos jogadores.

Esse cenário torna ainda mais atrativo o curso, que oferece uma possibilidade real de transformar um hobby em profissão, como destacou Renan Gabriel Martins Teixeira, de 13 anos. "Tecnologia, vamos mexer muito com isso, mexer com gráfico, jogos. Vamos aprender bastante coisa."

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