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Brasil

Jovem morre em moto de aplicativo após homem abrir porta de carro em São Paulo

Morte de Larissa Barros acontece em meio à disputa judicial sobre autorização de mototáxi na capital paulista; entenda briga entre prefeitura, 99 e Uber

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Uma passageira em uma moto de aplicativo morreu, no sábado (24), em um acidente de trânsito, na Avenida Tiradentes, no Bom Retiro, centro da capital paulista. A morte ocorre em um embate judicial entre as plataformas 99, Uber e a Prefeitura de São Paulo sobre a autorização da modalidade circular na cidade (entenda mais abaixo).

Larissa Barros Máximo Torres, de 22 anos, estava na garupa quando um passageiro, em um carro de aplicativo da Uber, abriu a porta do veículo, causando a colisão.

+ Serviço de mototáxi segue disponível em SP mesmo após suspensão na Justiça

Segundo o boletim de ocorrência, os passageiros do carro Felipe Moutinho Garcia, de 28 anos, João Pedro Viegas de Oliveira Paes, de 27, começaram a brincar dentro do automóvel. Um deles teria ameaçado a sair do veículo e, no momento em que o carro parou no semáforo, João Pedro teria aberto a porta.

A moto, que vinha logo atrás, não teve tempo de desviar e evitar o acidente. O motociclista e a Larissa foram arremessados com o impacto. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o condutor da moto não aguardou a chegada dos policiais e, depois do acidente, se recusou a comparecer na delegacia para prestar esclarecimentos.

Por telefone, a 99 afirmou que motociclista que transportava Larissa, Henderson de Souza Maior, não fugiu do local do acidente após a colisão, mas que teria sido socorrido para um hospital.

O sepultamento de Larissa está marcado para esta segunda-feira (26), às 16h30, no Cemitério Primaveras 1, Jardim Taboão, em Guarulhos.

Larissa Barros, vítima de acidente de trânsito | Reprodução
Larissa Barros, vítima de acidente de trânsito | Reprodução

Para as autoridades, João Pedro Paes disse não se recorda do que aconteceu, que estava alcoolizado na ocasião. Felipe, que o acompanhava, afirmou à polícia que estava conversando e brincando durante a viagem, mas que não teria visto nada sobre o acidente.

O advogado de defesa de Paes negou que o cliente tenha aberto a porta do veículo. A defesa disse, em nota, que o cliente não "contribuiu para a ocorrência do fatídico acidente" e está "absolutamente à disposição das autoridades competentes para todos os esclarecimentos necessários".

O caso foi registrado como homicídio culposo na direção de veículo automotor no 2º Distrito Policial, Bom Retiro.

Em nota, a 99 lamentou a morte de Larissa.

"É com pesar que a 99 recebeu a notícia do acidente envolvendo a passageira Larissa Barros Máximo Torres e um motociclista parceiro. A empresa se solidariza com os familiares e esclarece que está acompanhando de perto o caso e já está oferecendo suporte integral aos envolvidos – como cobertura pelo seguro, apoio psicológico e auxílio-funeral. Além disso, a 99 segue à disposição das autoridades para contribuir com as investigações."

Disputa judicial

Justiça vai avaliar transporte por moto em SP | Reprodução
Justiça vai avaliar transporte por moto em SP | Reprodução

A Justiça de São Paulo voltou a proibir o serviço de transporte por moto de aplicativos, em 16 de maio. A modalidade funcionou regularizada por dois dias, quando o juiz havia considerado a proibição inconstitucional, apesar de não existir regulamentação federal.

O serviço de mototáxi funciona em outras cidades e capitais do Brasil. Esse é o principal argumento da 99. A Prefeitura de São Paulo diz que a permissão desse tipo de "serviço na capital vai aumentar os riscos para a população, com mais acidentes, mortes e lesões graves".

O desembargador e relator Eduardo Gouvêa suspendeu o serviço "por cautela" até que o caso seja julgado definitivamente, mas recomendou que a gestão municipal regulamente o serviço em até 90 dias.

Na última quinta (22), as empresas Uber e 99 foram notificadas pelo Procon para esclarecerem a oferta de corridas por moto na cidade de São Paulo. Em nota, enviada nesta segunda-feira (26), a 99 reforçou não descumprir "qualquer ordem judicial e que o serviço da 99moto continua operando legalmente na cidade de São Paulo, enquanto a empresa aguarda esclarecimentos do Desembargador, já requeridos formalmente, dento do prazo garantido pelo devido processo judicial".

O órgão de proteção ao consumidor também exigiu que as plataformas suspendessem imediatamente o serviço de corrida por moto na capital e apresentassem, em até 48 horas, documentos que comprovem o fim da operação sob multa de até R$ 13 milhões, além de enfrentar medidas judiciais.

O SBT pediu uma atualização da situação para o Procon e aguarda resposta.

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