Fiéis e apoiadores lotam 1ª missa do padre Júlio Lancellotti após proibição da Arquidiocese de SP

Fiéis e apoiadores lotaram a primeira missa dominical do padre Júlio Lancelloti após a Arquidiocese de São Paulo proibi-lo de transmitir o rito na internet. O pároco da Igreja São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo, disse que as ações da Pastoral de Rua, do qual é coordenador e que atende a pessoas em situação de rua, está sendo vítima de conspiração.

“Eu não sei o que é que vai acontecer nas próximas semanas, porque, assim como nós nos juntamos para dizer que somos irmãos, muitos se juntam também para conspirar contra. Assim como nós nos juntamos para rezarmos juntos, outros se juntam para conspirar, para fazer formas de destilar o seu ódio”, disse o padre ao final da missa, após listar uma série de atividades desenvolvidas pela pastoral.

+ Padre Júlio: "Devemos deixar dependentes químicos morrerem de fome?"

“O que é interessante é que os que atacam não conhecem a história, não sabem tudo o que foi vivido”, acrescentou, em outra parte de sua fala.

A missa, que chegou a lotar a igreja e precisou ser realizada também no jardim da paróquia, também teve um abaixo-assinado em apoio ao padre.

Procurada pelo SBT News, a Arquidiocese de São Paulo informou que "eventuais questões tratadas entre o arcebispo e um padre dizem respeito ao âmbito interno da Igreja e são conduzidas diretamente entre eles".

No início do ano passado, Lancellotti – que há mais de 40 anos luta pelos direitos dos mais pobres e necessitados – foi alvo de políticos de direita, que chegaram a pedir a instauração de uma CPI na Câmara de Vereadores para investigar o trabalho de distribuição de alimentos para a população em situação de rua capitaneado por ele.

Nas redes sociais, o padre é seguido por mais de 2,3 milhões de pessoas. A missa comandada por ele na Capela da Universidade São Judas, na Mooca, era transmitida no YouTube. As celebrações seguirão presencialmente.