Padre Júlio Lancellotti é proibido de transmitir missas por Arquidiocese de SP
Coordenador da Pastoral do Povo de Rua e pároco da Igreja São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, também anunciou "recolhimento temporário" das redes sociais


Emanuelle Menezes
O Padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua e pároco da Igreja São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo, vai deixar de transmitir as missas ao vivo e de publicar nas redes sociais após determinação do cardeal arcebispo Dom Odilo Scherer, da Arquidiocese de São Paulo.
No domingo (14), durante uma celebração, Lancellotti comunicou que aquela seria a última missa a ser transmitida na internet. Nesta terça-feira (16), em nota, ele confirmou a suspensão e anunciou também um "recolhimento temporário" das redes sociais.
"As transmissões estão temporariamente suspensas, porém as missas dominicais continuarão sendo celebradas normalmente às 10h, na Capela da Universidade São Judas, na Mooca. As redes sociais não estão sendo movimentadas por um período de recolhimento temporário", diz a nota.
Ele completa: "Reafirmo minha pertença e obediência à Arquidiocese de São Paulo". Procurada pelo SBT News, a Arquidiocese de São Paulo informou que "eventuais questões tratadas entre o arcebispo e um padre dizem respeito ao âmbito interno da Igreja e são conduzidas diretamente entre eles".
No início do ano passado, Lancellotti – que há mais de 40 anos luta pelos direitos dos mais pobres e necessitados – foi alvo de políticos de direita, que chegaram a pedir a instauração de uma CPI na Câmara de Vereadores para investigar o trabalho de distribuição de alimentos para a população em situação de rua capitaneado por ele.
Nas redes sociais, o padre é seguido por mais de 2,3 milhões de pessoas. A missa comandada por ele na Capela da Universidade São Judas, na Mooca, era transmitida no YouTube. As celebrações seguirão presencialmente.








