Brasil

Extremos climáticos: o que esperar para 2026 em São Paulo?

“É uma previsão extremamente complexa”, diz Rafael Le Masson, do Inmet, sobre chuvas nos próximos meses

Calor recorde e tempestades severas: será que o Brasil vive um novo “normal climático”? O meteorologista do Inmet Rafael Le Masson, em entrevista ao SBT News, faz uma análise do que pode ser esperado para 2026, que deve começar com incerteza no clima e possibilidade de crise hídrica na maior cidade do país.

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Chuva nos próximos meses

A previsão de chuvas nos próximos meses é um tema que tem gerado preocupação. Rafael diz que a perspectiva para a região Sudeste é de chuvas ligeiramente abaixo da média, como tem acontecido nos últimos dois anos. Mas não necessariamente serão chuvas bem distribuídas.

“Na média, a expectativa é que haja um bom nível de volume de chuva, mas elas acontecem de maneira não uniforme. A média deve se restabelecer na região Norte do Brasil, mas ainda é um pouco prematuro dizer, porque estamos vivendo em uma neutralidade em relação ao fenômeno de oscilação do El Niño”, avalia.
Onda de calor | Reprodução/Freepik
Onda de calor | Reprodução/Freepik

Crise hídrica em SP

Sobre a crise hídrica na Região Metropolitana de São Paulo, que teve piora nos últimos dias por conta da onda de calor, o especialista diz que a previsão ainda é de chuvas abaixo da média. "Mas, como dissemos, estamos na neutralidade do El Nino e dependemos de fenômenos transientes. Para a semana que vem, podemos esperar o fenômeno da zona de convergência do Atlântico Sul e com isso ter uma ‘recarga’ [de água]."

"Só que o problema de recarga dos reservatórios é muito mais complexo, porque podemos ter um cenário com bastante chuvas pontuais, mas não necessariamente suficientes para recarga de um reservatório que depende de uma bacia.”

Investimentos em tecnologia

O meteorologista ressalta a importância de investimento em equipamentos para a previsão do tempo. Ele cita como exemplo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que recebeu o supercomputador Jáci, que consegue precisar a localidade dos principais pontos onde ocorrerão extremos climáticos, para orientar a população.

Instalado na unidade de Cachoeira Paulista, no interior de São Paulo, ele vai substituir o atual computador, o Tupã. “Nós fazemos a previsão meteorológica a partir dos dados que coletamos da atmosfera. Isso ajuda a entender como é que vai ser para semana que vem ou para daqui um mês, por exemplo".

"Esses dados vão para o supercomputador, que nos dá projeções. É um equipamento super bem-vindo e que vai auxiliar muito. Nossas previsões já são muito boas, mas precisamos prever com maior taxa de frequência de atualização e o maior alargamento para poder antecipar principalmente os fenômenos adversos que sempre trazem transtornos”, conclui o meteorologista.

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