Exército cria regras para apagar comentários com discursos de ódio e ofensas nas redes sociais; entenda
Mensagens com conteúdo violento, abusivo e contendo racismo ou qualquer tipo de discriminação serão deletadas
O Exército Brasileiro (EB) anunciou nova política de moderação de comentários nos perfis oficiais militares nas redes sociais. O documento reforçou que canais digitais servem para divulgar ações do EB para as pessoas. Por isso, mensagens com discursos de ódio e violentos, ofensas, spam e racismo ou qualquer tipo de discriminação serão deletadas.
O jornalista Leonardo Cavalcanti, do SBT News, analisou o assunto no Brasil Agora desta terça-feira (30). Para ele, o Exército caiu numa armadilha, sobretudo no cenário político após o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"[O EB] tentou aumentar essa participação nas redes e acabou caindo numa armadilha. Quando veio governo Bolsonaro... Algumas pessoas discutem se foi capturado ou capturou Bolsonaro. Fato é que foi beneficiado no governo com cargos na Esplanada. Em 2020, a depender da conta, com mais de 6 mil militares", contextualizou o jornalista.
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A estratégia de aumentar a presença nas redes começou no governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e se intensificou nos anos Bolsonaro.
"Principalmente com o comandante [Eduardo] Villas Bôas. Que era assessorado pelo general [Otávio] Rêgo Barros, que depois virou porta-voz do ex-presidente Bolsonaro. Ele acabou saindo numa situação de confronto", lembrou o jornalista.
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Recentemente, reforçou ainda Cavalcanti, o Exército se viu enredado nas investigações que apuram suposta tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder após as eleições de 2022, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito.
"[O EB] acabou com alguns personagens na tentativa de golpe, com participação direta. Quando Exército recua, efetivamente, em relação às tratativas de golpe, acaba que radicais da direita começam a questionar o Exército. Trata-se de armadilha. Moderando e tentando tirar um pouco da negatividade. Quem cavou foram os próprios comandantes do Exército nos anos recentes da política brasileira", comentou Cavalcanti.