Lula participa de evento com militares no QG sob vaias e aplausos de presentes
Alguns civis presentes no evento vaiaram chefe do Executivo, mas aliados responderam com aplausos e cânticos em apoio ao presidente
Em mais um movimento de aproximação com militares, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva acompanhou a cerimônia de celebração do Dia do Exército, no Quartel-General (QG) em Brasília, nesta sexta-feira (19).
Entre vaias e aplausos, o chefe do poder Executivo não discursou durante o evento. Foi na frente deste mesmo quartel general que golpistas armaram um acampamento por não aceitar o resultado das eleições de 2022. Parte majoritária desses manifestantes saíram da frente do QG rumo à Praça dos Três Poderes durante o dia 8 de Janeiro.
Ao discursar, o Comandante do Exército, Tomás Paiva, que falou sobre o compromisso das Forças Armadas em reforçar “eternos ideais democráticos”.
"No dia de hoje, ao completar 376 anos de glórias, a Força Terrestre reafirma o eterno compromisso com a Nação brasileira em defesa da Pátria e dos mais caros ideais democráticos, mesmo com o sacrifício da própria vida. Pagamos um alto preço em vidas humanas para honrar nosso juramento”, disse o militar.
A participação de Lula na cerimônia se soma a uma série de acenos aos militares que vem realizando, principalmente, desde o começo de 2024. Em janeiro, o presidente anunciou as construções de um campi do Instituto Tecnológica de Aeronáutica (ITA), no Ceará, e de uma Escola de Sargentos em Pernambuco.
Lula também escolheu não se posicionar sobre os 60 anos do golpe militar de 1964, mesmo pressionado por aliados da esquerda e de parte de sua militância.
Entre os acenos recentes do presidente, não estão só os militares. O slogan da campanha lançada este mês pelo governo, “Fé no Brasil”, foi um recado claro de que o governo procura se aproximar do público evangélico.
Em um discurso em Pernambuco, também no começo de abril, o presidente fez discurso em tom religioso ao falar de Deus e de que foi “escolhido” para ajudar o nordeste.
A postura do presidente e os acenos do governo como um todo possuem intenção de tentar conquistar sobretudo os cidadãos que não são convertidos para nenhuma posição ideológica.