Embaixada da Hungria demite brasileiros após vazamento de estadia de Bolsonaro
Ex-presidente se hospedou no local entre os dias 12 e 14 de fevereiro, quatro dias após ser alvo de operação da PF
Samir Mello
Nathalia Fruet
A embaixada da Hungria no Brasil exonerou nessa terça-feira (2) dois funcionários brasileiros. As demissões acontecem após o vazamento de imagens que mostram o ex-presidente Jair Bolsonaro entrando no local, onde ficou entre os dias 12 e 14 de fevereiro, quatro dias após ser alvo de uma operação da Polícia Federal (PF).
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Procurada pela reportagem do SBT News, a embaixada não respondeu aos pedidos da reportagem sobre a justificativa para as demissões.
Segundo a defesa de Jair Bolsonaro, o ex-presidente teria ido à embaixada, a convite do embaixador, Miklos Tamás Halmai, para “manter contatos com autoridades do país amigo, inclusive o primeiro-ministro”.
Quatro dias antes, a Polícia Federal havia deflagrado a operação Operação Tempus Veritatis e apreendido o passaporte de Bolsonaro, como parte da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe em que o ex-presidente e aliados fariam parte após a vitória de Lula nas eleições.
A escolha da embaixada da Hungria teria se dado pela relação próxima com o primeiro-ministro do país europeu, Viktor Órban, um dos principais líderes da extrema direita na Europa, e uma possível facilitação de asilo político, segundo adversários políticos.
Ao ministro Alexandre de Moraes, que pediu explicações sobre a estadia na embaixada, a defesa de Bolsonaro afirmou: “O ex-presidente Jair Bolsonaro tem uma agenda de compromissos políticos, nacional e internacional, que, a despeito de não mais ser detentor de mandato, continua extremamente ativa, inclusive em relação a lideranças estrangeiras alinhadas com o perfil conservador. São, portanto, equivocadas quaisquer conclusões decorrentes da matéria veiculada pelo jornal norte-americano, no sentido de que o ex-presidente tinha interesse em alguma espécie de asilo diplomático”, declarou a defesa.