Em live, Bolsonaro chama inquérito da PF de "chifre em cabeça de cavalo"
Indiciado por tentativa de golpe em 2022, ex-presidente chama de 'injustas' prisões de 4 militares envolvidos em suposto plano para matar Lula e Moraes
O ex-presidente Jair Bolsonaro, indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado, participou de uma live, neste sábado (23), no perfil do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, onde chamou as investigações de "chifre em cabeça de cavalo". Ele disse também que as recentes prisões de militares de alta patente próximos a ele foram injustas.
Sentado numa cadeira de barbeiro, Bolsonaro questionou a narrativa de tentativa de golpe que sustenta o inquérito da PF.
"É uma coisa absurda, essa coisa de golpe. Vai dar golpe com um general da reserva e quatro oficiais superiores? Pelo amor de Deus. Quem estava coordenando isso? Cadê a tropa? Cadê as Forças Armadas?", declarou.
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O ex-presidente também fez críticas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes:
"Golpe agora não se dá mais com tanque agora, se dá com táxi. E parece que o sequestro não saiu porque não tinha o táxi na hora. Pelo amor de Deus, é uma piada essa PF criativa do Alexandre de Moraes."
As críticas do ex-presidente se estenderam às prisões da Operação Contragolpe, realizada na terça-feira (19), que envolveram o general da reserva Mário Fernandes e os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira e Rodrigo Bezerra de Azevedo, todos das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”. Também foi preso o policial federal Wladimir Matos Soares.
“Esses que estão sendo presos injustamente agora, de forma preventiva, não encontra um só respaldo da lei que fala da preventiva para prender esses quatro oficiais”, reclamou.
Durante a live, Bolsonaro também falou de outros assuntos em alta, desde a eleição de Donald Trump nos Estados Unidos, passando pela derrota dele nas últimas eleições na região Nordeste, até o jogo do Palmeiras e Atlético Goianiense, em partida neste sábado.
Na mira da PF e do STF
Na última quinta-feira (21), Bolsonaro e outras 36 pessoas - majoritariamente militares - foram indiciadas por tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e organização criminosa pela Polícia Federal.
O ex-presidente não pode sequer falar com os demais investigados. Na sexta (22), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, por unanimidade, um pedido de seus advogados para permitir que ele mantenha contato com outros envolvidos na trama que envolveria uma tentativa de golpe de Estado e até a morte do presidente Lula, o vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes (STF).
Os ministros negaram ainda o pedido para a devolução do passaporte e o acesso à delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
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O ex-presidente esteve em São Miguel dos Milagres, Alagoas, a convite de Gilson Machado, e caminhou pelas ruas da cidade, reafirmando suas críticas ao inquérito conduzido pela Polícia Federal e ao ministro Alexandre de Moraes.