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Brasil

Eleitores de São Paulo estão divididos sobre suspensão do X (Twitter)

Polarização: dos que votaram em Lula nas eleições, 70% concordam; já 73% do eleitorado de Bolsonaro é contra, diz Datafolha

Imagem da noticia Eleitores de São Paulo estão divididos sobre suspensão do X (Twitter)
Maioria é contra a multa de R$ 50 mil imposta para quem driblar bloqueio | Rovena Rosa/Agência Brasil
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De acordo com uma pesquisa divulgada neste sábado (14) pelo Datafolha, 48% dos eleitores de São Paulo são a favor e 43% são contra a decisão do Supremo Tribunal Federal de suspender o X, antigo Twitter, no Brasil.

Como o levantamento tem margem de erro de três pontos percentuais, a situação é de empate técnico entre os dois grupos. Outros 5% disseram não concordar nem discordar. 4% não sabem.

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Multa de R$ 50 mil

O cenário é um pouco diferente quando a pergunta é sobre a multa de R$ 50 mil estabelecida para quem utilizar programas para driblar os bloqueios e continuar usando a rede social. 56% se disseram contra e 36% a favor. Outros 4% se disseram indiferentes e 4% não sabem.

Bolsonaro x Lula

Entre os que votaram em Lula na última eleição 70% concordam com a suspensão do X. Já 73% dos que votaram em Bolsonaro são contra o bloqueio.

Foram ouvidos 1.204 eleitores da cidade de terça-feira (10) até quinta (12). O levantamento, contratado pelo jornal Folha de S. Paulo foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral sob o número SP-07978/2024.

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Entenda suspensão do X no Brasil

No final de agosto,, o ministro (e relator) Moraes ordenou a "a suspensão imediata, completa e integral do funcionamento" da rede social de forma monocrática (individual), por descumprimento de ordens judiciais. A plataforma de Elon Musk — que vem tendo embates com o magistrado do STF — teve 24 horas para apresentar um representante legal, isto é, um responsável pelas operações no Brasil, o que não foi feito.

Em 17 de agosto, o bilionário fechou o escritório da plataforma no país, demitindo todos os funcionários. Na visão do ministro, Musk fez uma manobra "flagrante" para "ocultar-se do ordenamento jurídico brasileiro e das decisões do Poder Judiciário" nacional.

Tudo se deu em investigação da Corte sobre a "instrumentalização" do X como meio de "ameaçar e coagir delegados federais que atuam ou atuaram nos procedimentos investigatórios contra milícias digitais e a tentativa de golpe de Estado" ocorridas após a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando derrotou Bolsonaro em 2022.

No dia 14 de agosto, a Polícia Federal (PF) deflagrou uma operação contra os blogueiros bolsonaristas Allan dos Santos e Oswaldo Eustáquio, no âmbito da investigação que apura o uso de crianças e adolescentes para expor e intimidar virtualmente agentes federais que atuam em processos do STF e familiares. Dois mandados de prisão foram expedidos, mas não cumpridos, pois ambos alvos estão no exterior.

Santos e Eustáquio são considerados "foragidos" da Justiça. O segundo utilizava perfis da própria filha, no que Moraes classifica como "conduta criminosa".

O ministro do STF apontou que uma semana antes, em 7 de agosto, determinou que o antigo Twitter "procedesse ao bloqueio dos canais/perfis/contas indicados, bem como de quaisquer grupos que sejam administrados pelos usuários seus [...] sob pena de multa diária de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), com o fornecimento de seus dados cadastrais e a integral preservação de seu conteúdo".

Daí, deu-se o movimento de descumprimento e de "dolosa evasão dos representantes legais da X Brasil para evitar intimação da decisão judicial".

A análise do caso pela Primeira Turma do STF foi convocada por Moraes no domingo (1º). Na segunda (2), todos os cinco ministros do colegiado reafirmaram a decisão dele.

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