El Niño chega ao fim, com previsão de La Niña; entenda o que pode mudar no clima
Inmet aponta que novo fenômeno climático, associado à diminuição da temperatura e aumento das chuvas, deve começar no próximo semestre
O fenômeno climático El Niño, responsável por elevar as temperaturas no Brasil e do mundo e aquecer a superfície do Oceano Pacífico, chegou ao fim. É o que aponta um boletim divulgado pelo Instituto Nacional de Metereologia (Inmet), que também estima chance de 70% de transição para o La Niña a partir do segundo semestre, que começa em julho. Fenômeno deve trazer clima mais ameno ao planeta, segundo Organização Meteorológica Mundial (OMM).
De acordo com a OMM, o El Niño começou em junho de 2023, tendo uma duração média dentro do previsto, de 12 meses. Seu pico foi atingido na transição entre a primavera e o verão, em novembro de 2023 e janeiro de 2024, que registrou a temperatura da superfície do mar mais alta para o mês. Desde então, ele vinha se enfraquecendo.
O ativista climática OMN, Álvaro Silva, disse que, desta vez, o El Niño foi impulsionado pela crise climática, que está acelerando cada vez mais os eventos extremos no mundo.
Efeitos do La Niña no Brasil ainda são incertos
O nome La Niña significa "A Menina" em espanhol, e foi cunhado pelos pescadores da região devido à sua associação com uma diminuição nas temperaturas da superfície do mar. Esse fenômeno, oposto ao El Niño, tem importantes implicações climáticas em escala global.
Segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Desastres Naturais), o La Niña no Brasil está associado à chuvas acima da média nas regiões Norte e Nordeste e períodos mais secos no Centro-Oeste e Sul. Além disso, a temperatura costuma cair. No entanto, cada edição do fenômeno é única.
“O fenômeno deve se desenvolver na segunda metade deste ano. Então, ainda é difícil saber com precisão quais serão os impactos na temperatura e nas chuvas, porque isso vai depender de fatores como onde se localizarão as maiores anomalias de temperatura no oceano Pacífico, como será a configuração do oceano Atlântico e outros fatores”, explica Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operações e Modelagem do Cemaden para o site do Governo Federal.
As informações do Inmet foram divulgadas em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a Agência Nacional de Águas (ANA) e o Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres);