Publicidade

Defesa dos Brazão aponta falta de provas na delação de Lessa e incompetência do STF no caso Marielle

Pedido de rejeição da denúncia da PGR, por assassinato de vereadora, descreve contradições em versões de milicianos

Defesa dos Brazão aponta falta de provas na delação de Lessa e incompetência do STF no caso Marielle
Domingos e Chiquinho Brazão | Reprodução
Publicidade

A defesa dos irmãos Domingos Brazão e Chiquinho Brazão, acusados de mandar matar a vereadora do Rio Marielle Franco (PSOL) — executada, em 2018, com o motorista Anderson Gomes —, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que rejeite a denúncia criminal contra eles e atacou falhas e contradições nas delações dos matadores.

Os irmãos Brazão, o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil do Rio, e dois nomes ligados à milícia — um deles, Roberto Calixto Fonseca, o Peixe, é ex-assessor de Domingos — foram acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de serem mandantes do crime.

O STF decide nos próximos dias se leva os cinco ao banco dos réus. Domingos Brazão, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio (TCE-RJ), Chiquinho Brazão, deputado federal, e Rivaldo Barbosa foram presos no dia 24 de março, na Operação Murder Inc. A Corte pode aceitar e tornar os acusados réus, se entender que há elementos de provas, ou rejeitar o pedido e arquivar o caso ou pedir novas provas.

Todos negam os crimes apontados pela PGR e pedem a rejeição da denúncia e, em caso contrário, que o processo seja enviado para outras instâncias da Justiça, por incompetência do STF para o caso tanto pelo tipo de crime como pela prerrogativa de foro indevida.

A denúncia da PGR aponta que os Brazão se "associaram a grileiros de terra e milicianos do Rio de Janeiro com objetivo de apropriar-se de áreas públicas e de proteção ambiental a fim de comercializá-las", na zona oeste, em especial, em Jacarepaguá.

Em pedido de defesa entregue na sexta-feira (7), Chiquinho Brazão coloca o conteúdo das revelações de Ronnie Lessa — condenado como autor dos disparos — sob suspeita. Parte do conteúdo foi tornada pública pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, relator do inquérito, no mesmo dia.

"Denúncia baseada apenas nas declarações prestadas por um dos colaboradores. Existência de provas de corroboração das palavras do delator. Contradições. Impossibilidade de recebimento da denúncia", argumentam os advogados.

Foi apontada ainda falta de provas no inquérito da PF, que teria usado a delação como principal elemento, e prejuízo da defesa por não ter acesso integral aos acordos. Além de Lessa, o ex-PM Élcio Queiroz também delatou. A defesa aponta contradição entre os conteúdos.

Um dos pontos destacados foi em relação à afirmação de Lessa de que não recebeu valores pelo crime, mas, sim, que havia aceitado matar Marielle pelos negócios de grilagem em Jacarepaguá em que "entraria como sócio dos Brazão".

Além de dizer que nunca se comprovou propriedade da família nos terrenos citados pelo delator, a defesa de Chiquinho Brazão diz que Élcio Queiróz conta outra história em sua colaboração.

"Diz que após o fato, mesmo o Ronnie tendo afirmado que não havia recebido pagamento para executar a vereadora Marielle, observei que houve um acréscimo patrimonial grande, pois, entre outros gastos, ele comprou uma lancha nova, trocou o carro dele e da esposa, iniciou uma obra na casa dele de Angra dos Reis e viajou para a Disney, inclusive levando o meu filho".

A defesa anexou imagens extraídas do telefone celular do delator que mostram Lessa na lancha e a nota fiscal, com valor de R$ 287,5 mil.

A PGR acusa os cinco de "mandantes e autores intelectuais" da execução de Marielle Franco. A ordem teria sido dada por ela atrapalhar os interesses criminosos do grupo. Marcelo Freixo, então deputado do Rio e atual presidente da Embratur, era o alvo inicial, segundo a delação.

Publicidade
Publicidade

Assuntos relacionados

Marielle Franco
Polícia Federal
Polícia
Rio de Janeiro
Milícia

Últimas notícias

Governo de SP prorroga vacinação contra gripe até 14 de julho

Governo de SP prorroga vacinação contra gripe até 14 de julho

Medida tem como objetivo aumentar cobertura contra a Influenza; aplicações são feitas em UBSs
Homem é preso com 30 quilos de cocaína em carro da Receita Federal

Homem é preso com 30 quilos de cocaína em carro da Receita Federal

Órgão afirma que traficante agiu sozinho e era funcionário terceirizado; flagra foi feito em Guarulhos (SP)
Menos de 1% dos recursos das "emendas Pix" têm identificação do beneficiário e da ação pretendida

Menos de 1% dos recursos das "emendas Pix" têm identificação do beneficiário e da ação pretendida

Estudo da Transparência Brasil analisou cada uma das 941 emendas Pix que os deputados e senadores apresentaram na Lei Orçamentária Anual de 2024
Homem morre e adolescente fica ferido após tiroteio em Paraty (RJ)

Homem morre e adolescente fica ferido após tiroteio em Paraty (RJ)

Jovem foi encaminhado ao hospital em estado gravíssimo; criminosos dispararam pelo menos 18 vezes
Desempenho de Biden em debate contra Trump acende alerta entre democratas

Desempenho de Biden em debate contra Trump acende alerta entre democratas

Aliados começaram a pedir que partido considere substituir presidente na corrida eleitoral; republicanos cantam vitória
Ator chileno é encontrado morto após sair com duas mulheres

Ator chileno é encontrado morto após sair com duas mulheres

Crime foi registrado na Colômbia; Álex Andrés Araya conheceu suspeitas em aplicativo de relacionamento
SP: Guarda Municipal é baleado na cabeça durante perseguição

SP: Guarda Municipal é baleado na cabeça durante perseguição

Agente de Embu das Artes foi ferido de raspão e perseguiu criminosos até a zona sul da capital paulista
Mamão Havaí é o destaque da semana para compras em atacados

Mamão Havaí é o destaque da semana para compras em atacados

Maracujá azedo e melancia também estão entre produtos favoráveis; confira lista completa
ENGANOSO: Publicação distorce fala de Lula sobre população carente

ENGANOSO: Publicação distorce fala de Lula sobre população carente

Confira a verificação realizada pelos jornalistas integrantes do Projeto Comprova
Brasil Agora: CNJ prepara pente-fino para corrigir prisões por venda e uso de maconha

Brasil Agora: CNJ prepara pente-fino para corrigir prisões por venda e uso de maconha

Confira essas e outras notícias que serão destaque nesta sexta-feira (28)
Publicidade
Publicidade