Conselho da Petrobras anuncia Clarice Coppetti como interina até oficialização de Chambriard como presidente
Decisão ocorre após demissão de Jean Paul Prates pelo presidente Lula; houve também a troca na direção financeira e de relação com investidores
O Conselho de Administração da Petrobras definiu nesta quarta-feira (15) que a diretora de Assuntos Corporativos, Clarice Coppetti, assume interinamente a presidência da estatal após a demissão de Jean Paul Prates. Ela fica na posição até a oficialização do novo nome do Planalto para a presidência, Magda Chambriard.
A estatal também confirmou em nota que destituiu do cargo de diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores Sergio Caetano Leite. O atual gerente-executivo de Finanças, Carlos Alberto Rechelo Neto, assume a posição.
Coppetti é pós-graduada em Gestão Estratégica de Tecnologia da Informação pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Foi diretora comercial da Companhia de Processamento de Dados do Estado do Rio Grande do Sul e vice-presidente de Tecnologia da Informação da Caixa Econômica Federal.
Por que Prates foi demitido?
O ex-presidente da Petrobras estava no comando desde o início do terceiro mandato de Lula, em 2023. A demissão foi confirmada em comunicado da empresa que convocava reunião do conselho de administração “para apreciar o encerramento antecipado de seu mandato”.
Prates vinha tendo embates com os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil), sobre dividendos extraordinários — parcela extra do lucro da empresa que é distribuída aos acionistas.
O que era debatido no Conselho de Administração: distribuir aos acionistas 50% dos recursos que sobraram no caixa. O que inclui repasses à União, a maior acionista da empresa.
O que defendia o governo: manter todo o dinheiro em um fundo de reserva para obter empréstimos para novos investimentos. O presidente Lula interferiu na situação. E o governo indicou que os conselheiros votassem contra a divisão do lucro. Prates se absteve, o que foi analisado como traição.
Posteriormente, uma parcela dos lucros extraordinários acabou sendo paga aos acionistas. Mas somente após reação negativa de investidores e com aval do presidente da República. Entretanto, a relação do agora ex-CEO já estava desgastada e a demissão já era assunto em Brasília