Com 12 dias de atraso, juízes suspeitos de venda de sentença colocam tornozeleira eletrônica
Cinco desembargadores no TJ-MS são investigados pela PF por trocar decisões judiciais por propina; eles foram afastados dos cargos por ordem do STJ
Ricardo Brandt
Os cinco desembargadores investigados por venda de sentenças, no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, passaram a ser monitorados por tornozeleiras eletrônicas nesta quarta-feira (6). O equipamento foi instalado 12 dias após a ordem, dada em inquérito que apura propinas pagas aos magistrados em troca de decisões compradas, por meio de advogados e servidores.
O monitoramento foi determinado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), na Operação Ultima Ratia. Os alvos principais são cinco desembargadores da ativa e um aposentado. A Polícia Federal pediu a prisão dos magistrados, mas o STJ negou e determinou a instalação dos equipamentos e outroas medidas preventivas, como afastamento dos cargos por 180 dias, proibição de acesso aos órgãos públicos e de se comunicarem com outras pessoas investigadas.
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Os investigados são os desembargadores Sérgio Fernandes Martins, Vladimir Abreu da Silva, Alexandre Aguiar Bastos, Sideni Soncini Pimentel e Marcos José de Brito Rodrigues. São alvos ainda o desembargador aposentado Júlio Roberto Siqueira Cardoso, servidores públicos do TJ-MS, nove advogados, um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Osmar Jeronymo e empresários.
Logo após o cumprimento dos mandados, o STJ informou que o caso foi enviado para o Supremo Tribunal Federal (STF). O SBT News tenta contato com a defesa dos investigados.