Cidade de Petrópolis registra mais de 700 ocorrências após tempestades
Prefeitura decretou estado de emergência; chuvas causaram quatro óbitos
Camila Stucaluc
A cidade de Petrópolis, no Rio de Janeiro, registrou mais de 700 ocorrências por conta dos temporais que atingiram o município. Segundo a Defesa Civil, foram contabilizadas 739 ocorrências desde a última quinta-feira (21), sendo 527 deslizamentos de terra. As chuvas também resultaram em quatro mortes, incluindo a de uma criança.
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Cerca de 270 pessoas foram abrigadas pelo ponto de apoio da Escola Municipal Alto Independência, no bairro Independência, que se encontra mobilizado para receber a população que reside em área de risco. Já no abrigo Santa Isabel, no bairro Caxambu, pessoas foram acolhidas. Ao todo, foram abertos 67 pontos de apoio.
Na sexta (22), a gestão municipal decretou estado de emergência. O prefeito Rubens Bomtempo (PSB) também declarou luto oficial de três dias, em homenagem às vítimas.
A Companhia Municipal de Desenvolvimento (Comdep) continua atuando, com mais de 400 trabalhadores e cerca de 50 máquinas, como tratores e caminhões, na desobstrução de vias e na limpeza das áreas afetadas pelas chuvas. Até o momento, mais de 700 toneladas de detritos foram retirados, desobstruindo 90% dos acessos.
Às 20h de domingo (24), a Defesa Civil retornou ao estágio operacional de Petrópolis para "alerta", tendo em vista a redução dos acumulados pluviométricos. Em função de uma circulação ciclônica no oceano e o fluxo de umidade, a previsão para essa segunda-feira (25) é de céu nublado a encoberto com chuva fraca a moderada.
Histórico de chuvas
Essa não é a primeira vez que Petrópolis decreta situação de emergência por conta das chuvas. Em 2022, a cidade viveu um dos piores desastres já registrados, resultando na destruição de dezenas de imóveis e na morte de 235 pessoas.
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As principais construções da Cidade Imperial, como ficou conhecida a região de Petrópolis por servir de refúgio de verão para Dom Pedro II e a Família Real, também foram atingidas. Um dos pontos turísticos mais danificados foi a casa que pertenceu à Princesa Isabel, que foi invadida pela lama depois que uma parede desabou. O Palácio Rio Negro, que serve de museu e residência dos Presidentes da República na cidade, também não foi poupado.