Petrópolis: Chuva deixa rastro de destruição em construções históricas
Especialistas avaliam danos a documentos e prédios da Cidade Imperial para laborar plano de recuperação

SBT Brasil
Além das indescritíveis perdas às vidas dos habitantes de Petrópolis, seja pelas famílias desfeitas pelas vítimas do temporal que assolou a região, na última 3ª feira (15.fev), ou ainda pelos lares destruídos ou severamente danificados pelas enxurradas, uma parte da História do Brasil também corre o risco de se perder nessa tragédia.
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"Além dos móveis, dos próprios documentos que podem ter sido afetados pela chuva, tem uma questão relacionada à identidade da cidade. É muito triste você passar nesses locais e ver um cenário de destruição", lamenta a historiadora Laura Fontana.
Técnicos do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac) e da Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (EMOP -RJ), percorreram, nesta 2ª feira (21.fev), as principais construções da Cidade Imperial, como ficou conhecida a região de Petrópolis, por servir de refúgio de verão para Dom Pedro II e a Família Real, para contabilizar os prejuízos causados aos prédios e documentos históricos do município.
Um dos pontos turísticos mais danificados foi a casa que pertenceu à Princesa Isabel, lugar onde inclusive foi tirada a última fotografia oficial da família imperial brasileira antes do exílio na Europa. O prédio, que abrigada uma exposição sobre a colonização germânica em Petrópolis, foi invadido pela lama, depois que uma parede desabou.
O Palácio Rio Negro, que além de um museu é a residência oficial dos Presidentes da República na cidade, também não foi poupado pelo temporal, que destruiu o jardim e o piso térreo do imóvel. Funcionários afirmam que o estrago só não foi maior porque, pouco antes de a enxurrada atingir o local, móveis e artefatos haviam sido levados para o andar superior.
A passarela de pedestres, em frente ao Palácio de Cristal, e outras três pontes, por sua vez, não tiveram a mesma sorte e terão que ser reconstruídas por completo. Especialistas afirmam que, depois de todo o trabalho de vistoria no município, os institutos deverão apresentar um plano de recuperação, que será executado em parceria com o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o Iphan. "A gente precisa vistoriar o interior deles, alguns possuem pinturas significativas. (...) Se deixar abandonado, o dano é muito pior, até para depois poder se restaurar", explica a arquiteta do Inepac, Patrícia Carvalho.
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