Chuvas e ventos fortes voltam a provocar estragos em Porto Alegre
Mais de 7 mil residências e comércios estão sem luz na capital gaúcha; fornecimento de água também está comprometido
Eduardo Pinzon
O temporal que atingiu Porto Alegre, nesta quarta-feira (01), voltou a provocar enchentes e estragos na cidade. Além da chuva forte, ventos de 70 km/h atingiram as redes de energia elétrica, deixando 115 mil residências no escuro na região metropolitana da capital gaúcha. Até a tarde desta quinta-feira (02), mais de 7 mil casas e comércios permaneciam sem luz.
Três estações de tratamento e distribuição de água foram afetados, e o abastecimento já está comprometido. A falta de energia também atingiu o Sistema de Drenagem e Proteção de Cheias da capital gaúcha, e 5 estações de bombeamento de águas pluviais pararam de funcionar. Como consequência disso, regiões já castigadas pelas inundações de maio do ano passado voltaram a enfrentar alagamentos.
O primeiro dia útil de ano também foi de transtornos para quem dependia do trem metropolitano de Porto Alegre. Com os trilhos tomados pelo lodo, duas estações tiveram que ser fechadas, e os passageiros precisaram fazer parte do trajeto de ônibus.
Para os moradores, 2025 começou repetindo um pesadelo do ano passado. "Eu sou de Canoas, eu perdi tudo na enchente. A gente ficou 40 dias de baixo d'água. Agora, parece que qualquer chuva vai acontecer tudo de novo", afirma um passageiro.
A circulação dos trens foi normalizada às 10 horas da manhã, mais de 18 horas depois do temporal. Em 24 horas, choveu quase 70% do esperado para todo o mês de janeiro.
As enchentes afetaram até mesmo a cerimônia de posse do prefeito reeleito Sebastião Melo (MDB-RS). O evento, que seria realizado no Centro Cultural da Usina do Gasômetro, precisou ser cancelado depois que o local foi invadido pela água.
"É aquilo que venho dizendo ao longo desse processo. Nós fizemos muito desse maio para cá, não o suficiente. Os alagamentos aconteciam antes da chuva de maio e acontecem depois, porque tu tem uma cidade que tem um déficit de macro e micro drenagem enorme ao da sua história. E que nós vamos enfrentar bem melhor agora com os financiamentos internacionais, com o PAC, nós assinamos no dia 31, e com dois impressos, R$ 300 milhões Caixa e Banco do Brasil", indicou o prefeito.