Censo 2022: 11,8 milhões de pessoas vivem em unidades de conservação no Brasil, diz IBGE
Maior parte de moradores dessas áreas reside em regiões classificadas como de uso sustentável, como áreas de proteção ambiental e reservas extrativistas

Beto Lima
Novos dados do Censo Demográfico de 2022, divulgados nesta sexta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que 11,8 milhões de pessoas vivem atualmente em unidades de conservação (UCs) no Brasil. Esse número representa 5,82% da população total do país.
A maior parte dos moradores dessas áreas vive em regiões classificadas como de uso sustentável, como áreas de proteção ambiental e reservas extrativistas.
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Do total de moradores em UCs, 51,1% se autodeclaram pardos, enquanto 35,8% são brancos e 11,9% pretos. Ainda segundo o levantamento, 282,2 mil pessoas residentes em UCs se identificam como quilombolas (2,39%) e 132,8 mil como indígenas (1,12%).
Entre as 2.365 unidades de conservação mapeadas, 1.138 (48,1%) possuem moradores. A maior parte dessa população está concentrada em áreas de proteção ambiental, que representam 97,1% das UCs com habitantes.
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Problemas de esgotamento sanitário e abastecimento de água
O levantamento também aponta que 40,3% da população residente em UCs vivem em domicílios com pelo menos uma deficiência relacionada a saneamento básico, como falta de abastecimento de água, coleta de lixo ou esgotamento sanitário. Entre esses, 7,3% da população (856,4 mil pessoas) convivem com as três formas de precariedade ao mesmo tempo.
A situação é mais acentuada entre comunidades tradicionais. Nos domicílios com pelo menos um morador indígena, 59,9% convivem com alguma forma de deficiência em saneamento, totalizando 94.051 pessoas. Entre os quilombolas, esse percentual sobe para 85,9%, abrangendo 248.064 pessoas.
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O Censo 2022 também mostra que existem 46.239 domicílios (1,16%) em UCs sem banheiro ou sanitário. Essa porcentagem é maior nas unidades de proteção integral (4,87%), enquanto, no Brasil como um todo, o percentual de domicílios nessa condição é de 0,59%.
Entre os estados com maior número de moradores em unidades de proteção integral, estão Maranhão (38.176 pessoas), Rio de Janeiro (30.633) e São Paulo (9.954).