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Brasil reduz analfabetismo, mas ainda tem 9,1 milhões de adultos sem ler e escrever, diz IBGE

Pesquisa revela avanços no combate ao analfabetismo e na escolarização, mas aponta persistência de desigualdades

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Inteligência artificial vai ajudar na correção de provas em SP | Divulgação
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Dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o Brasil registrou a menor taxa de analfabetismo de sua série histórica. Hoje 5,3% da população com 15 anos ou mais de idade, ou 9,1 milhões de pessoas, não sabem ler nem escrever. Embora esse índice represente um avanço significativo, a pesquisa também aponta desafios persistentes na educação, como a permanência de milhões de jovens fora do ensino médio e as desigualdades raciais e de gênero no acesso e na conclusão dos estudos.

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Redução do analfabetismo

Em 2024, a taxa de analfabetismo no Brasil (pessoas com 15 anos ou mais) caiu para 5,3%, o que representa o menor nível desde 2016 (quando era de 6,7%). Essa redução indica uma maior escolarização das novas gerações.

A pesquisa do IBGE também revelou que a média de anos de estudo dos brasileiros com 25 anos ou mais atingiu 10,1 anos, o patamar mais alto da série histórica. Além disso, a proporção de pessoas nessa faixa etária que concluíram a educação básica obrigatória (pelo menos o ensino médio) chegou a 56,0%; e 20,5% já possuíam nível superior completo. São os maiores percentuais registrados pelo levantamento.

Desigualdades persistem

Apesar dos avanços gerais, as desigualdades continuam evidentes:

  • Gênero: Mulheres apresentam, em média, mais anos de estudo (10,3 anos) que homens (9,9 anos). A taxa de analfabetismo feminina (5,0%) também é menor que a masculina (5,6%).
  • Raça/Cor: Pessoas brancas têm uma média de 11,0 anos de estudo, enquanto pessoas pretas ou pardas registram 9,4 anos. A taxa de analfabetismo entre brancos é de 3,1%, contra 6,9% entre pretos ou pardos. Essa diferença se acentua na população idosa.

Acesso à Educação Básica Obrigatória: 63,4% das pessoas brancas com 25 anos ou mais concluíram a educação básica obrigatória, comparado a 50% das pessoas pretas ou pardas, uma diferença que se mantém.

Idade escolar e abandono

A pesquisa destaca que 99,5% das crianças de 6 a 14 anos estão na escola, indicando uma virtual universalização dessa faixa etária. No entanto, entre os jovens de 15 a 17 anos, a taxa de escolarização foi de 93,4%, ainda abaixo do previsto pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB).

O abandono escolar continua sendo um problema. Em 2024, 8,7 milhões de jovens de 14 a 29 anos não haviam completado o ensino médio, seja por terem abandonado os estudos ou por nunca terem iniciado. Embora esse número tenha diminuído em relação a anos anteriores, ele permanece expressivo.

Os principais motivos para o abandono são a necessidade de trabalhar (42,0%) e a falta de interesse em estudar (25,1%). Entre as mulheres, a gravidez (23,4%) e os afazeres domésticos (9,0%) são razões relevantes.

Impacto da rede pública

O estudo também revelou que a rede pública de ensino médio é fundamental para o acesso ao ensino superior: 72,6% das pessoas que frequentaram o nível superior cursaram o ensino médio exclusivamente em escolas públicas. No caso de especialização, mestrado ou doutorado, 59,3% dos estudantes tiveram o ensino médio inteiramente em escolas públicas.

Entre 2019 e 2024, houve um crescimento de 28,8% no número de pessoas que frequentavam o ensino médio técnico. A procura por cursos de qualificação profissional também aumentou 8,8% de 2023 para 2024.

Expansão do ensino técnico

O ensino profissionalizante vem crescendo significativamente, com aumento de 28,8% nas matrículas desde 2019, totalizando 832 mil estudantes em 2024. As mulheres representam a maior parte desse crescimento (31,9%), indicando uma tendência de maior participação feminina nessa modalidade de ensino.

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