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Política

Lula se refere a Bolsonaro como "coisa covarde" e critica tarifaço de Trump

Presidente do Brasil afirmou que vai negociar para evitar as taxas e criticou o filho do ex-presidente por ir aos EUA pedir sanções ao país

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Presidente Lula|Ricardo Stuckert / PR
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O presidente Luiz Inacio Lula da Silva (PT) se referiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como “coisa covarde”, nesta sexta-feira (11). Segundo ele, o ex-chefe do Executivo mandou o filho para os Estados Unidos negociar sanções contra o Brasil com o presidente Donald Trump e interferir no julgamento de Bolsonaro, réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por crime de golpe de Estado.

"Aquela coisa covarde que preparou um golpe neste país não teve coragem de fazer. Está sendo processado. Vai ser julgado. E ele mandou o filho dele para os Estados Unidos pedir para o Trump fazer ameaça. 'Ah, se não liberarem o Bolsonaro, vou taxar vocês'", disse Lula.

Sem citar o nome do deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL), o presidente criticou a atuação do filho do ex-presidente nos EUA.

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“Porque a coisa mandou o filho que era deputado se afastar da Câmara para ir lá ficar pedindo: ‘ó, Trump, pelo amor de Deus, Trump, solta meu pai, não deixa meu pai ser preso'. É preciso essa gente criar vergonha na cara", disse Lula.

Lula afirmou que vai “brigar em todas as esferas” para negociar as taxas de 50% sobre importações brasileiras anunciadas por Trump na quarta-feira (9). Porém, voltou a afirmar que, se não tiver uma alternativa até o fim do prazo, em 1º de agosto, será aplicada a reciprocidade.

"Respeito a relação que o Brasil tem política e comercial [com os EUA]. Respeito. Vou tentar e brigar em todas as esferas para que não venha a taxação. Vou brigar na OMC [Organização Mundial do Comércio]. Vou conversar com meus companheiros do Brics. Agora, se não tiver jeito no papo, no tête-à-tête, nos vamos restabelecer a reciprocidade. Taxou aqui, a gente taxa lá", afirmou Lula.

Segundo o presidente, Trump está "muito mal informado", pois um dos motivos apresentados para a taxação seria o déficit na balança comercial entre os países. Porém, o déficit acontece por parte do Brasil, que importa dos EUA mais do que exporta. Lula também criticou a tentativa do presidente norte-americano de interferir no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) pela trama golpista.

"Qual é a razão que ele aponta para a taxação? Primeiro com base em uma mentira. Porque os Estados Unidos não é deficitário com o Brasil. Segundo, qual é a lógica dele? 'Ah, não processa o Bolsonaro. Para com isso imediatamente!'", afirmou Lula.

A fala foi realizada durante o evento de lançamento do Programa de Transferência de Renda a pescadores e agricultores familiares atingidos pelo rompimento da Barragem em Mariana, em 2015. O programa transfere um salário mínimo e meio mensalmente por atingido por até 36 meses e um salário mínimo mensal por mais 12 meses.

Autonomia do Judiciário

O presidente defendeu a autonomia do Judiciário e afirmou que não tem o poder de interferir no julgamento do STF.

"Poder Judiciário é autônomo. Não tem como eu interferir na Suprema Corte. Ele vai ser julgado com base nos autos, tem não sei quantos meses e anos investigando e pesquisando. Ele vai ser julgado. Se ele for inocente, será absolvido, como eu fui. Se ele for culpado, ele vai para a cadeia como todo mundo tem que ir", disse Lula.

Escala 6x1

Lula também criticou o modelo de escala 6x1, que prevê 6 dias de trabalho para 1 de folga. Segundo o chefe do Executivo, é preciso arrumar uma maneira de ter uma jornada de trabalho mais flexível e afirmou que vai se reunir com empresários, sindicalistas e trabalhadores para negociar uma alternativa.

“A humanidade não quer mais 6 por 1. É preciso inventar um jeito de ter uma outra jornada de trabalho, mais flexível. Porque as pessoas querem ficar mais em casa. As pessoas querem cuidar mais da família”, afirmou Lula.

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