Preço do café dispara e consumo cai em meio à alta de até 80%
Mesmo com o produto mais caro nas prateleiras, hábito de consumir a bebida persiste entre os brasileiros
Aline Galdino
Há um ano, o café vem subindo de preço sem parar. Você, certamente, já percebeu isso, e essa alta começou a afetar o consumo. De manhã ou de tarde, ele é o queridinho dos brasileiros. Presença certa na pausa do serviço e no bate-papo entre amigos. Mas de um ano para cá, o prazer de tomar um cafezinho está pesando no bolso.
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Rubens Bezerra, gerente de uma padaria de São Paulo onde uma xícara mais simples já custa R$ 8,90 afirma que ela "deve aumentar mais um pouco agora na virada do mês".
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do café quase dobrou desde abril do ano passado. A alta foi de 80%. E os reflexos vieram no consumo.
Dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (ABIC) mostram que as vendas no varejo caíram 5,13% nos primeiros quatro meses deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. A queda maior foi registrada em abril, quando o consumo despencou 16%.
Celírio Inácio, diretor executivo da ABIC, explica: "A relação com o café não é só pela bebida, mas pela história. A pouca oferta e a maior demanda fizeram com que os preços chegassem a recorde nesses últimos anos".
Mesmo com o preço em alta, ele segue ali, firme e quente, no balcão das padarias e na mesa dos brasileiros. Mas esse impacto no valor é impossível não sentir. Fica um gosto amargo na hora de passar no caixa.
A aposentada Dina Martins reclama: "Tá muito alto, muito, não dá pra tomar café".
Segundo a indústria do café, o principal motivo da disparada nos preços é o clima, que afetou a produção em vários países produtores.