Caso VaideBet: Justiça aceita denúncia e torna réus Augusto Melo e ex-dirigentes do Corinthians
Presidente afastado e ex-diretores são acusados de associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto; MP pede R$ 40 milhões de indenização ao clube

Agência SBT
SBT News
A Justiça de São Paulo aceitou nesta terça-feira (22) a denúncia apresentada pelo Ministério Público contra o presidente afastado do Corinthians, Augusto Melo, e outras cinco pessoas investigadas por envolvimento em um suposto esquema criminoso relacionado ao contrato de patrocínio com a casa de apostas VaideBet.
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Além de Melo, viraram réus os ex-dirigentes Marcelo Mariano e Sérgio Moura, e os empresários Alex Cassundé, Victor Henrique de Shimada e Ulisses de Souza Jorge.
Eles responderão por crimes como associação criminosa, lavagem de dinheiro e furto. O MP ainda solicitou o bloqueio de bens dos envolvidos e uma indenização de R$ 40 milhões ao clube.
Em nota, a defesa de Augusto Melo afirma que “todas as acusações contra ele são falsas”. “O recebimento da denúncia pela Justiça é uma etapa formal do processo, que não altera em nada o curso da ação”, diz um trecho da nota.
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Segundo a promotoria, a investigação aponta que mais de R$ 1 milhão foi repassado a empresas de fachada como pagamento de comissão pela suposta intermediação entre o Corinthians e a VaideBet.
Parte dos valores teria sido movimentada por empresas fantasmas, possivelmente ligadas a estruturas de lavagem de dinheiro.
O inquérito, conduzido pela Polícia Civil de São Paulo e pelo Ministério Público, teve início no ano passado após suspeitas de irregularidades no contrato firmado com a patrocinadora.
De acordo com os investigadores, há indícios claros de que os recursos foram desviados de forma fraudulenta após deixarem os cofres do clube.
O Ministério Público também responsabiliza os réus pelo prejuízo causado à equipe alvinegra, que inclui R$ 1,4 milhão pagos à empresa Rede Social Media Design, envolvida na intermediação do contrato, e mais R$ 38,8 milhões referentes à multa pela rescisão antecipada do acordo com a antiga patrocinadora Pixbet.
Apesar do indiciamento pela polícia, o ex-diretor jurídico do Corinthians, Yun Ki Lee, não foi denunciado pelo MP. Ainda há dúvidas se ele agiu com dolo ou negligência no exercício da função.
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Veja a nota na íntegra da defesa de Augusto Melo
O presidente do Corinthians, Augusto Melo, afirma que todas as acusações contra ele são falsas. Ele é vítima de um processo ilegal e repleto de nulidades e abusos, como o acesso a dados do Coaf sem autorização judicial e a participação da Policia Civil e do Ministério Público de São Paulo em um caso de competência da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, uma vez que envolve um contrato internacional.
O recebimento da denúncia pela Justiça é uma etapa formal do processo, que não altera em nada o curso da ação. A defesa vai impetrar os habeas corpus necessários com o objetivo de fulminar esse processo kafkiano e ilegal.
O presidente Augusto Melo nada deve e nada teme, por isso já solicitou o fim do sigilo que impede o acesso da torcida corinthiana à íntegra dos documentos da ação. A defesa também solicitou que as autoridades competentes, a PF e o MPF, cuidem do caso. Está em curso ainda uma investigação defensiva, conforme regulamentado pela OAB, que comprovará a inocência do presidente legitimamente eleito do Corinthians.
Augusto Melo segue confiante de que a verdade prevalecerá e reitera seu compromisso com a retomada da organização financeira do clube, que sofreu grande retrocesso desde que ele foi retirado do cargo por seus adversários políticos, que hoje conduzem uma gestão conhecida pelo não pagamento de obrigações e depreciação do clube dentro e fora de campo.