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Brasil registra aumento de violência contra pessoas LGBTQIA+, diz anuário de Segurança Pública

O aumento das denúncias, motivado pela coragem de mais pessoas se manifestarem, é um dos fatores que contribuem para esse cenário

Brasil registra aumento de violência contra pessoas LGBTQIA+, diz anuário de Segurança Pública
Bandeira do Orgulho LGBTQIAP+
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Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública revelam uma triste e preocupante realidade: a violência contra pessoas LGBTQIA+ no Brasil está em crescimento. O aumento das denúncias, motivado pela coragem de mais pessoas se manifestarem, é um dos fatores que contribuem para esse cenário.

Casos como o de Renata são exemplos de como o preconceito e a intolerância permeiam o cotidiano da população LGBTQIA+. Renata, que já foi vítima de diversas formas de violência, encontrou acolhimento em um centro na cidade de São Paulo, onde recebe apoio psicológico, jurídico e participa de cursos profissionalizantes. "As violências que a gente sofre deixam a gente lá embaixo. Se a gente não tiver uma estrutura, um apoio, não ergue a cabeça e pensa que isso não vai mudar", diz Renata.

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Em 2023, o Brasil registrou mais de 3.600 casos de lesão corporal contra pessoas LGBTQIA+, um aumento de 21% em relação ao ano anterior. Segundo um ativista, isso se deve, em parte, à maior disposição das vítimas em denunciar, mas também ao crescimento do extremismo, que tem alimentado a intolerância em várias partes do mundo.

A história de Brunella, uma mulher trans de 34 anos, é outro exemplo da violência cotidiana enfrentada por essa população. Brunella já foi agredida verbalmente inúmeras vezes e fisicamente em três ocasiões, sendo a última delas em um ônibus em São Paulo. "Quando fui pagar a passagem, o cobrador queria me desestimular a seguir viagem", relata. Após a discussão, um passageiro a agrediu, jogando-a contra um banco, o que lhe causou lesões nas costas.

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Os números também mostram um aumento nos assassinatos de homossexuais e transexuais, que somaram 214 em 2023, representando um aumento de 42% em um ano. Estados como Ceará, Maranhão e Minas Gerais lideram esse triste ranking. Um caso emblemático foi o de Leonardo, um jovem de 24 anos, estudante de psicologia, morto com um tiro na cabeça em São Paulo após marcar um encontro por meio de um aplicativo. "Foi um crime de ódio. Minha vida nunca mais vai ser a mesma", desabafa a mãe de Leonardo.

A necessidade de combater essa violência passa pela educação e pela responsabilização dos agressores. "É importante que nenhum crime fique impune e que todas as denúncias sejam investigadas. Isso é um processo educativo", reforça um dos entrevistados.

Apesar do medo, pessoas como Brunella continuam a enfrentar esses desafios com coragem. "Eu tenho medo, mas tenho muita coragem de viver. A vontade de viver é maior", finaliza.

A luta pela vida, pelo respeito e pelos direitos continua, mas é fundamental que a sociedade e as autoridades se unam para garantir que todos possam viver com dignidade e segurança.

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