Brasil enfrenta escassez de caminhoneiros e envelhecimento da categoria preocupa setor
Número de motoristas caiu 1,2 milhão em décadas e um terço dos profissionais ativos já tem 60 anos ou mais
Flavia Travassos
O Brasil vive um cenário de falta de caminhoneiros. O país perdeu cerca de 1,2 milhão de motoristas de caminhão nas últimas décadas. A dificuldade de encontrar mão de obra fez com que algumas empresas criassem programas de capacitação para formar novos profissionais.
Enquanto o número de profissionais diminui, a idade média da categoria aumenta. Segundo Fernanda Teixeira, coordenadora de RH de uma transportadora é preciso estimular a nova geração. "Temos que mostrar que a carreira pode oferecer estabilidade, renda e oportunidade de crescimento".
Hoje, um terço dos caminhoneiros em atividade tem 60 anos ou mais. Já os motoristas com idades entre 18 e 30 anos somam menos de 200 mil em todo o país.
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Entre os principais motivos para o afastamento dos jovens da profissão estão os baixos salários, o aumento dos roubos de carga, as más condições das estradas e a distância da família. “A gente dirige, mas não sabe se vai voltar para casa. Tenho um filho de cinco anos e não sei se vou ver ele”, disse o caminhoneiro Tiago Santos de Souza.
O desafio preocupa porque 62% de tudo o que é produzido no Brasil depende do transporte rodoviário. Para o Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS), essa falta de profissionais pode comprometer o crescimento da economia a longo prazo.