MP relata ao STF decapitação e tiros à curta distância em mortes da megaoperação no RJ
Investigação identificou dois casos com indícios fora do padrão; ministro do STF acompanha apuração sobre a Operação Contenção

Agência Brasil
O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) enviou, nesta quarta-feira (12), ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), um relatório parcial sobre a investigação das 121 mortes ocorridas durante a Operação Contenção, realizada no dia 28 de outubro, no Rio de Janeiro.
Segundo o documento, duas mortes apresentaram características fora do padrão de confrontos armados. Um dos corpos tinha marcas de tiros disparados à curta distância, enquanto outro foi encontrado decapitado por instrumento cortante.
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Os demais cadáveres apresentavam lesões provocadas por tiros de fuzil, concentradas no tórax e abdômen, o que, segundo os promotores, é compatível com situações de tiroteio.
“A maioria dos corpos exibia múltiplas tatuagens, algumas sabidamente referentes a facções criminosas e ao extermínio de policiais”, descreve o relatório.
Perfil das vítimas
O MP confirmou que todos os mortos eram homens, com idade entre 20 e 30 anos. Alguns vestiam roupas camufladas, botas operacionais e coletes com carregadores de munição.
Nos bolsos, foram encontrados celulares, munições e pequenas porções de maconha prensada. As vítimas seriam ligadas à facção Comando Vermelho (CV), segundo a apuração.
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O MPRJ informou que a próxima etapa da investigação será a análise detalhada das câmeras corporais dos policiais que participaram da operação e a reconstituição do local dos confrontos.
O relatório foi anexado à ADPF 635 (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental), conhecida como “ADPF das Favelas”, que trata de medidas para reduzir a letalidade policial em comunidades do Rio. O caso está sob relatoria temporária de Alexandre de Moraes.









