Bolsonaro ironiza divergência de valores em relatório da PF sobre joias
“Aguardemos muitas outras correções”, disse o ex-presidente, na plataforma X (antigo Twitter), sobre suposto equívoco cometido pela Polícia Federal
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ironizou, nesta segunda-feira (8), um suposto equívoco cometido pela Polícia Federal no relatório final sobre a investigação do caso das joias sauditas. No documento entregue pela PF ao Supremo Tribunal Federal (STF), as cifras de R$ 6,8 milhões e R$ 25 milhões teriam sido trocadas por engano.
“Aguardemos muitas outras correções. A última será aquela dizendo que todas as joias ‘desviadas’ estão na CEF [Caixa Econômica Federal], Acervo ou PF, inclusive armas de fogo”, escreveu Bolsonaro na plataforma X (antigo Twitter). “Aguarda-se a PF se posicionar no caso Adélio: ‘quem foi o mandante?’”, provocou o ex-presidente, em referência a Adélio Bispo dos Santos, que o esfaqueou na campanha presidencial de 2022.
Correção
A correção mencionada por Bolsonaro foi anunciada pela PF pouco antes da publicação. A corporação declarou que houve um “erro material” em um trecho do relatório onde o valor teria sido trocado de R$ 6,8 milhões para R$ 25 milhões. De fato, os dois valores existem no relatório, mas cada um em seu devido lugar.
+ Bolsonaro desviou R$ 6,8 milhões para seu patrimônio com joias e presentes, diz Polícia Federal
O erro teria sido a troca das cifras em um determinado trecho, justamente na conclusão do relatório, onde consta a soma dos valores supostamente desviados pelo ex-presidente. Por fim, a cifra correta, segundo a PF, é R$ 6,8 milhões, com a ressalva de que ficaram de fora dessa soma:
- bens ainda pendentes de perícia
- esculturas douradas de um barco e uma árvore não recuperadas
- relógio Patek Phillippe não recuperado
Ou seja: a PF sinaliza que o número pode ser maior.
Indiciamento
A Polícia Federal indiciou Bolsonaro pelos crimes de associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bem público. As penas somadas podem chegar a 25 anos de prisão. A Procuradoria-Geral da República (PGR) analisa agora se concorda ou não com os indiciamentos. Se concordar, oferecerá a denúncia ao STF. Se o STF aceitar a denúncia, Bolsonaro tornará-se réu e responderá a ação penal.