Publicidade
Brasil

Baiana em traje típico é obrigada a ficar pelada para provar que não roubou turistas argentinos

Mulher negra, que trabalha como anfitriã em praia famosa de Salvador, denuncia caso de racismo

• Atualizado em
Publicidade

Uma baiana de receptivo precisou tirar todo o traje típico e ficar nua para provar que não tinha roubado um casal de turistas argentinos. O caso aconteceu na última sexta-feira (28), na Praia do Forte, em Mata de São João, Região Metropolitana de Salvador, e foi registrado por câmeras de segurança de um estabelecimento.

Nas imagens, a vítima, identificada como Jucione Manuele, aparece entrando em uma cafeteria. Em seguida, ela começa a tirar todo o traje de anfitriã e fica apenas de anágua, enquanto é observada pela turista, uma mulher branca. Não contente, a mulher continua gesticulando. Momento esse em que Jucione é obrigada a ir a uma área mais privada do estabelecimento e tira a roupa, ficando somente de calcinha e sutiã.

+ Bebê deixa creche com diversos hematomas no rosto em SP

Em entrevista a emissora AratuOn, afiliada do SBT, Manu, como gosta de ser chamada, contou que mesmo após se despir da roupa, a turista continuou a acusar de roubo.

"Além de eu tirar a roupa tradicional. Ela não ficou alegre, ela queria que eu tirasse a roupa que estava por baixo. Eu tive que ir para o canto, para poder ficar de calcinha e sutiã", disse.

A confusão teria começado depois que o casal de turista pediu para tirar uma foto com Manu. A situação tomou um rumo inesperado quando, ao procurar a carteira para paga-lá, a mulher percebeu que o item não estava na bolsa e começou a acusá-la de roubo.

+ Procuradora-geral dos EUA pede pena de morte para Luigi Mangione, acusado de assassinar CEO

Segundo a vítima, mesmo sem provas, a argentina teria começado a gritar 'ladra' e a acusou de ter escondido o objeto no traje tradicional. Manu contou ainda que foi empurrada pela turista, que começou a puxar a sua roupa, só se acalmando depois que ela ficou pelada e provou não ter pegado o objeto.

Somente então a mulher foi em outra loja onde havia ido anteriormente e encontrou o item. Segundo Manu, foi nesse momento que resolveu acionar a polícia.

+ Emboscada de palmeirenses: operação busca prender 10 envolvidos na morte de cruzeirense; 6 foram detidos

"Eu fui atrás dela, e quando vi que ela já vinha vindo com a carteira na mão, chamei a polícia e comecei a gritar socorro", conta. Ainda segundo Manu, o casal chegou a oferecer R$ 250 para que ela não desse queixa, dinheiro que ela não aceitou.

"Eles fizeram isso porque eu sou negra. Se fosse uma branca, do cabelo liso, eles não acusariam de roubo. Eles teriam procurado antes. Isso me destruiu. Eu naõ tenho cabeça para trabalhar", relata.

Todos foram encaminhados para a delegacia da Praia do Forte, mas o caso foi registrado em Lauro de Freitas. A baiana pede justiça, segundo ela, o casal já não está mais no Brasil, mas ela continua sendo impactada pelo episódio de racismo.

"Eu vou ficar como ladra? Não posso ficar como ladra. Peço a todos que me ajudem", desabafa.

Publicidade
Publicidade

Últimas Notícias

Publicidade