Enel não cumpre plano de contenção para eventos climáticos extremos, diz agência
Aneel reuniu entidades após mais de 2 milhões de pessoas ficarem sem energia elétrica na Grande São Paulo em razão de fortes chuvas que atingiram a região
Após reunião neste domingo (13), a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) afirmou que a Enel não cumpre o plano de controle para enfrentar eventos climáticos extremos e não destinou equipes o suficiente realizar os reparos após as fortes chuvas que atingiram a Grande São Paulo neste fim de semana. A conclusão foi apresentada pelo diretor-geral da Aneel, Sandoval Feitosa Neto.
+Enel terá 60 dias para explicar falhas por apagão em São Paulo
Uma falha na energia elétrica atingiu boa parte da região metropolitana do estado. Inicialmente, mais de 2 milhões de pessoas ficaram sem luz. Na atualização mais recente, da tarde deste domingo, foi informado que 760 mil casas ainda estavam sem energia. Pelos menos sete pessoas morreram pela tempestade.
Feitosa destacou que a recuperação do serviço não atendeu às expectativas em comparação ao ano anterior, quando outro apagão semelhante atingiu o estado. "A Aneel tem cobrado sistematicamente que as empresas aumentem seus investimentos e atendam de forma eficiente os consumidores", afirmou.
A fornecedora de energia não alcançou o número de 2.500 agentes previsto em seu plano de contingência, com apenas 1.700 em atuando até este domingo, mas disse que vai aumentar o número de funcionários na segunda-feira (14). Segundo Feitosa, não estão descartadas sanções e penalidades, nem uma eventual recomendação para quebra de contrato. A diretoria da agência solicitou à área de fiscalização que emitisse uma intimação à empresa.
A Aneel se reuniu com representantes da Enel São Paulo, Neoenergia Elektro, EDP São Paulo, Energisa Sul-Sudeste, CPFL Piratininga, CPFL Paulista, CPFL Santa Cruz, CTEEP e Eletrobrás Furnas para entender e traçar um plano estratégico para reestabelecer a energia para população.
Em coletiva depois do encontro, o presidente da Enel, Guilherme Alencastre, afirmou que não há previsão para o retorno completo do serviço e culpou a intensidade das chuvas. "O evento climático superou as previsões, mas vamos aprender e melhorar nossas estimativas", disse.
Antes da reunião, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, deu um dia para que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) defina um plano de contingência para a retomada da energia em São Paulo. A determinação aconteceu através de ofício.
A falta de luz em São Paulo virou um motivo para troca de acusações entre o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), o prefeito da capital Ricardo Nunes (MDB) - que tenta a reeleição - e o ministro Silveira.
Com troca de ofensas nas redes sociais, o ministro criticou o contrato feito pela prefeitura de São Paulo, que deixa a transmissão de energia sob comando da empresa Enel até 2028, e ironizou se o monitoramento de podas de árvores seriam uma atribuição do governo federal.