PF já tinha indícios de que Mauro Cid havia vazado versão editada de reunião golpista
Depois de Cid vazar parte das gravações. o ministro Alexandre de Moraes determinou a divulgação da íntegra do conteúdo com trechos em que ministros e o próprio Bolsonaro defendiam uma “virada de mesa”
O tenente-coronel Mauro Cid voltou para a prisão seis meses depois de ter sido solto. A determinação do Supremo ocorreu depois que a Revista Veja divulgou áudios gravados na semana passada em que o militar diz ter sido pressionado pela PF para fechar o acordo de delação e acusa Moraes de ter criado uma narrativa sobre o plano de Bolsonaro sobre um golpe de Estado.
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Antes da divulgação dos áudios, em fevereiro, a PF começou a suspeitar que o tenente-coronel poderia estar fazendo jogo duplo. Um vídeo editado com 30 minutos a menos da íntegra da gravação da reunião que Bolsonaro fez em 05 de julho de 2022 pedindo que os ministros passassem a atuar para que ele pudesse dar um golpe e continuar no poder.
A versão editada não tem os trechos mais importantes como, por exemplo, quando o general Augusto Heleno, que era ministro do Gabinete de Segurança Institucional, diz que é “se tiver que virar a mesa é antes da eleição”. O vídeo foi liberado de uma conta do Google Drive com dados do tenente-coronel Mauro Cid. Foi dessa conta que veio a liberação para o acesso público do material editado.
Após esse vazamento, as redes de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro passaram a propagar as imagens da reunião minimizando o conteúdo e dizendo que ele estava sendo apenas verborrágico como fez durante todo o governo. Horas depois da divulgação do trecho editado, o ministro Alexandre de Morares determinou o levantamento do sigilo da íntegra das falas.
A avaliação na PF e no STF é que tanto os áudios quanto o vídeo editado foram usados para tentar tumultuar o processo de investigação e beneficiar o ex-presidente caso ele venha a ser indiciado por tentativa de Golpe de Estado.