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Acidentes na construção civil: setor lidera registros de ocorrências no Estado de São Paulo

Especialistas alertam para os riscos no trabalho e a importância da fiscalização para evitar tragédias

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Em São Paulo, acidentes de trabalho na construção e na indústria foram 20% dos casos registrados entre janeiro e novembro de 2024 | Reprodução
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A morte de um operário em um desabamento na Grande São Paulo, nesta semana, trouxe à tona um problema recorrente no setor da construção civil: a segurança nos canteiros de obras. Dados do Ministério da Previdência mostram um aumento nos acidentes de trabalho, e São Paulo lidera os registros. No Estado, o segmento da construção e indústria extrativa responde por quase 20% dos casos e registrou 450 mortes entre janeiro e novembro do ano passado.

Nos canteiros de obras, os riscos vêm de todos os lados. Felipe Robson, que atua há 12 anos no setor, nunca se machucou, mas já viu colegas sofrerem acidentes graves. "Muita gente acaba descuidando da segurança e sofre as consequências", conta.

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As quedas de altura são um dos maiores perigos, representando quase 30% das mortes em serviço. Medidas simples, como barreiras em locais perigosos, poderiam evitar tragédias. Em uma obra visitada pela reportagem, por exemplo, a proteção de madeira foi substituída por portas de ferro para garantir mais segurança.

O engenheiro de segurança do trabalho Osmarino Mendez reforça que a fiscalização constante e o uso correto de equipamentos de proteção são essenciais. "Trabalhamos para garantir que todas as normas sejam seguidas à risca e que os operários estejam protegidos", explica.

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Setor em crescimento e riscos para trabalhadores

Mesmo com os avanços na economia, que impulsionam o setor da construção civil, os riscos continuam aumentando. Em 2023, o setor cresceu mais de 4%, e a previsão para este ano é de 2,3% de expansão. Mas o crescimento também traz desafios, principalmente na informalidade.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Paulo (Sintracon-SP), Antônio de Sousa Ramalho, afirma que as normas de segurança no Brasil são eficazes, mas precisam ser fiscalizadas. "A maioria das empresas segue as regras, mas há aquelas que pressionam por metas e acabam descuidando da segurança", alerta.

Tragédia em Cotia: operário morre no primeiro dia de trabalho

Nesta semana, Renato Pereira da Silva, de 28 anos, morreu após o desabamento da laje onde trabalhava, em Cotia, na Grande São Paulo. O operário foi soterrado pelo concreto no seu primeiro dia de serviço.

Casos como esse reforçam a necessidade de mais fiscalização, principalmente sobre trabalhadores informais. O vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Ricardo Dias Michelin, destaca que a informalidade aumenta os riscos e dificulta o cumprimento das normas de segurança. "Precisamos intensificar a fiscalização sobre os informais. Empresas sérias cumprem as regras, mas há muitas obras irregulares colocando trabalhadores em risco", afirma.

Com o avanço do setor, especialistas defendem que o combate à informalidade e o cumprimento rigoroso das normas são essenciais para reduzir o número de acidentes e salvar vidas.

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