Dia da Amazônia: produção agrícola cresce no bioma
SBR Agro conversou com Muni Lourenço, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea)
Raissa Lomonte
O Dia da Amazônia leva a uma reflexão sobre o presente e o futuro do bioma que ocupa aproximadamente 49,29% do território brasileiro, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Maranhão e Tocantins.
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A produção agrícola é essencial para a segurança alimentar das comunidades inseridas na Amazônia, que mantém 84% da cobertura vegetal preservada e 97% da cobertura florestal protegida.
Os índices são mantidos graças a uma legislação ambiental rígida, como avalia Muni Lourenço, presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea).
"Temos um Código Florestal que está entre os mais rigorosos do mundo. Aqui na Amazônia é prevista uma reserva legal de 80%, ou seja, o produtor rural só pode explorar até 20% de cada imóvel rural", explica.
Na avaliação do representante do agronegócio, o avanço da ciência e tecnologia são primordiais para desenvolver as áreas agrícolas sem desmatar. "É possível, sim, conciliar produção de alimentos com sustentabilidade e conservação. Segundo a Embrapa, são um milhão de famílias rurais na Amazônia. Então, a Amazônia não é só floresta, essa produção aqui é muito importante para segurança alimentar das populações nos 500 municípios aqui presentes".
Produção
Entre as maiores produções da agricultura no bioma está a mandioca. "Temos também um crescimento de fruticultura: com açaí e outras frutas típicas. Também notamos aumento da piscicultura, em função da abundância de água na região e do domínio do manejo e das principais espécies, principalmente o tambaqui e o pirarucu", enumera o presidente da Faea.
Na pecuária, houve crescimento do rebanho na região norte da Amazônia. Segundo a Embrapa, existem evidências de que o processo da atividade se transformou nos últimos anos.
As quedas nas taxas de desmatamento e aumento do rebanho seriam resultado de várias modificações que decorrem da aplicação da legislação ambiental, com a maior presença governamental , consolidada através do novo código florestal brasileiro - o marco legal que estabeleceu as diretrizes para as atividades produtivas.
Além disso, a aplicação ambiental contribuiu para tirar os produtores da insegurança jurídica estabelecendo prazos para adequação. Outro fator importante é o aumento da regularização fundiária.
Ainda de acordo com a Embrapa, o maior controle ambiental e fundiário aliado às inovações tecnológicas, como a integração lavoura/pecuária e o uso das biotecnologias reprodutivas como inseminação artificial (IA) e inseminação artificial em tempo fixo (IATF) têm contribuído para modernização da pecuária na Amazônia com menor impacto ambiental.