Bolsonaro escolhe base de apoio para acompanhar julgamento do TSE
Nos bastidores, ex-presidente prevê que poderá ficar inelegível; entenda o que pode mudar nas eleições
No fim de semana que antecede a votação que vai definir o futuro do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o partido político divulgou que o ex-mandatário vai acompanhar o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em uma base de apoio - a capital gaúcha Porto Alegre. Bolsonaro viajará para a região para estar ao lado de aliados enquanto a corte eleitoral define se ele estará inelegível nas próximas eleições.
Com julgamento marcado para a próxima 5ª feira, 22 de junho, a expectativa revelada por Bolsonaro a políticos da base de apoio é a de que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal e que atualmente preside o TSE, conduza a votação mesmo se houver um pedido de adiamento. O ex-presidente também considera que terá uma derrota, e que deve ficar de fora das próximas eleições.
O julgamento do TSE
O julgamento vai analisar a ação movida pelo PDT que pede a inelegibilidade de Bolsonaro por ter feito ataques ao sistema eleitoral durante uma reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho de 2022. Se condenado, Bolsonaro pode ficar inelegível por oito anos - o que o deixaria de fora das duas próximas eleições presidenciais.
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O julgamento de Bolsonaro foi marcado dias após a posse dos advogados André Ramos Tavares e Floriano Azevedo Marques como ministros do TSE. Ambos foram nomeados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), após aprovação de uma lista com quatro nomes pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Nos bastidores, os dois são tidos como próximos a Moraes.
Também votam os os ministros Kassio Nunes Marques, Carmén Lúcia, Benedito Gonçalves - que é o relator da ação -, Raul Araújo Filho. O primeiro, indicado STF por Bolsonaro, é cotado como um dos poucos votos contrários à inelegibilidade do ex-presidente.
Inelegível
A inelegibilidade impede, de forma temporária, que um cidadão seja votado durante uma eleição. Caso a corte eleitoral forme maioria e tenha esse entendimento, Bolsonaro poderá ficar sem concorrer nas duas próximas eleições gerais - de 2026 e de 2030.
Polêmicas
Na semana que antecedeu o julgamento, uma série de polêmicas que afetam o ex-presidente e a intenção de um suposto golpe de estado ganharam destaque. Mensagens em teor golpista foram encontradas no celular do tenente-coronel Mauro Cid, que atuou como ajudante de ordens de Bolsonaro durante o governo. Os textos indicam o objetivo de manter Bolsonaro no poder apesar da derrota para Lula nas eleições presidenciais.
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Em um dos documentos encontrados, há a previsão de nomeação de um interventor, afastamento e abertura de inquéritos contra ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e fixação de um prazo para novas eleições.
A polícia destaca um dos documentos, enviado no dia 28 de novembro de 2022 e diz que "o conteúdo do texto chamou a atenção da equipe, pois apresenta em seu parágrafo final a expressão: declaro o Estado de Sítio; e, como ato contínuo, decreto Operação de Garantia da Lei e da Ordem (...)". Diálogos também questionam se há apoio do Alto Comando do Exército e, em um deles, o coronel Jean Lawand Junior diz que "o presidente pode ser preso".