Polícia prende seis pessoas em operação contra milícias no Rio
Grupo estabelecia relações com políticos em troca de vantagens
Salutiel Filót
Seis pessoas foram presas em uma operação do Ministério Público e da polícia do Rio de Janeiro contra uma das maiores milícias do estado. Segundo a investigação, o grupo estabelecia relações com políticos em troca de vantagens.
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Os agentes saíram às ruas para cumprir mandados de prisão e de busca e apreensão na cidade do Rio, em Nova Iguaçu, Seropédica e Queimados, na Baixada Fluminense.
Na casa de um policial militar, um carro de luxo foi apreendido. Segundo os investigadores, os alvos estão ligados a uma das maiores milícias do estado, liderada por Danilo Dias Lima - o Tandera, que está foragido.
De acordo com a investigação, a organização criminosa era responsável por crimes como extorsão, homicídio, ameaça, agiotagem e grilagem de terra, mas os agentes descobriram uma atuação ainda mais ambiciosa da quadrilha, que estabeleceu relações com políticos locais.
Imagens mostram a movimentação de criminosos em frente a um imóvel. Do lado de dentro, acontecia uma reunião com pré-candidatos à prefeitura de cidades da Baixada Fluminense. Uma gravação da conversa revela como Tandera negociava com eles.
"Pra gente conseguir alcançar o Legislativo, o Judiciário e o Executivo e o quarto poder, nada sai de graça. A gente tem que ter direito a uma licitação. A gente tem que ter direito a alguma secretaria", diz Tandera na gravação.
O encontro foi antes das eleições municipais de 2020. Segundo a polícia, estiveram no local os então pré-candidatos: Luciano Henrique Pereira, Thaiana Barbosa dos Santos e Cornélio Ribeiro. Investigações apontam que os milicianos ofereciam segurança e votos como moeda de troca.
"Ees se vendiam como uma organização que atrairia votos - seja eles extorquindo para que as pessoas votassem neles, seja ameaçando pra que votassem neles. Em compensação, eles pediam - vulgo, exigiam - que tivessem futuros contratos, futuras licitações irregulares para que eles assumissem", afirma o delegado Vinicius Miranda.
A reportagem do SBT Brasil não conseguiu contato com os pré-candidatos citados na reportagem.
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