Indígena preso por atos antidemocráticos escreve carta e pede perdão
Prisão de Tsererê foi estopim de vandalismo no DF. "Não defendo ruptura democrática", diz
Ricardo Brandt
José Acácio Serere Xavante, o índio Tsererê Xavante, redigiu uma carta da cadeia e divulgou, nesta 5ª feira (5.jan), pedindo perdão ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao "irmão Alexandre", em referência ao ministro Alexandre de Moraes, e ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No texto, o indígena nega defender atos antidemocráticos.
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Executada no início de dezembro pela Polícia Federal, por ordem do STF, a prisão de Tsererê, por atos antidemocráticos, foi o estopim dos atos de vandalismo registrados em Brasília, no dia 12. Manifestantes tentaram invadir a sede da PF, incendiaram carros, depredaram uma delegacia da Polícia Civil e diversos equipamentos públicos, como lixeiras, pontos de ônibus.
A PF e a polícia brasiliense investigam os envolvidos nos atos de vandalismo. Nas apurações, mais de 40 pessoas já foram identificadas.
A carta foi divulgada nesta 5ª, após falsas notícias de que ele teria sofrido um infarto, no Complexo Penitenciário da Papula, em Brasília.
No texto, o indígena afirma que apenas seus advogados, Jéssica Tavares, Pedro Coelho e João Pedro Mello, estão autorizados a falarem em seu nome e negou que tivesse passado mal.
Na "nota pública oficial", ele diz que são "informações desencontradas". Tsererê Xavante reconhece ter cometido "um equivoco ao defender a tese de que haveria fraude, ou mesmo risco de fraude, nas urnas eletrônicas".
"Na verdade não há nenhum indício concreto que aponte para o risco de distorção no resultado às urnas, ou na vontade do eleitor brasileiro", José Acácio Serere Xavante.
Segundo ele, a tese foi apontada "com base em informações erradas", que teriam sido passadas "por terceiros". "Agora, olhando para trás, vejo que estavam integralmente desvinculadas da realidade."
"Não defendi e não defendo ruptura democrática, nem acredito em métodos violentos, e/ou qualquer tipo de violência, como método de ação política", registra a nota.
Tsererê Xavante termina com os pedidos de desculpas.
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