30% do território nacional tem boa potencialidade ao desenvolvimento agrícola
Isto é o que mostra um estudo inédito divulgado pelo IBGE nesta 2ª feira (5.dez)
Um estudo inédito divulgado nesta 5ª feira (5.nov) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), denominado Mapa de Potencialidade Agrícola Natural das Terras do Brasil, revela que 32% da área do território nacional possui boa (30%) ou muito boa (2%) potencialidade ao desenvolvimento agrícola.
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Segundo Daniel Pontoni, analista da pesquisa, isso "significa que, sob o ponto de vista do recurso natural, como caraterísticas e tipos de solo associado ao relevo, essas áreas favorecem a agricultura, resultado que demonstra o elevado potencial para a agricultura do país". A divulgação do trabalho ocorre no Dia Mundial do Solo, data implementada Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Ele foi elaborado com base no mapeamento de solos do IBGE, considerando, diz o instituto, "os recursos naturais, sobretudo solo e relevo, e como eles podem favorecer o setor agrícola brasileiro".
"A grande variedade de tipos de solos do Brasil foi classificada considerando características como textura, pedregosidade, rochosidade, erodibilidade, entre outros, em cinco classes de potencialidade variando de terras com muito boa a terras com restrições muito fortes ao desenvolvimento agrícola", complementa o órgão.
O estudo mostra que 33% da área do território brasileiro tem moderada potencialidade ao desenvolvimento agrícola, 21%, restrita potencialidade, e 11%, restrições muito fortes de potencialidade. De acordo com Pontoni, o primeiro percentual "abrange relevos ligeiramente acidentados, que podem precisar de ações adequadas para a agricultura, como no caso de solos menos profundos e principalmente com problemas de fertilidade, mas que são relativamente fáceis de serem corrigidos".
Os 21%, explica o analista, diz respeito a locais com relevos mais acidentados, problemas de fertilidade e mecanização, e restrições relevantes em relação à profundidade. "Essas precisam de ações relativamente mais complexas de manejo agrícola, e teriam uma agricultura especializada adaptada a esses tipos de ambiente", acrescenta Pontoni. Já os 11% são áreas que encontram-se principalmente em superfícies com declividade muito acentuada e/ou possuem sais solúveis indesejáveis e/ou apresentam restrições importantes referentes à profundidade. Conforme o IBGE, para plantar nelas "são necessárias ações muito significativas e intensivas e, em alguns locais, essas terras poderiam ser indicadas como áreas de preservação ou conservação em função da fragilidade do ambiente".
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