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MP vai investigar violação de sigilo no caso da atriz Klara Castanho

Vítima de estupro, atriz fez entrega direta para adoção, mas profissionais de saúde vazaram informação

MP vai investigar violação de sigilo no caso da atriz Klara Castanho
Klara Castanho
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O Ministério Público de São Paulo (MPSP) vai abrir procedimento para investigar eventuais desvios no caso que envolve a atriz Klara Castanho. Ela fez uma entrega direta para adoção -- procedimento garantido por lei --, após ter uma gestação decorrente de um estupro. Porém, profissionais de saúde que atenderam a atriz vazaram informações, violando, assim, o direito ao sigilo.

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Ao SBT News, o MPSP, por meio da Promotoria de Justiça da Infância e de Santo André, confirmou que "todo o procedimento de entrega do recém-nascido para adoção seguiu integralmente o trâmite previsto no Estatuto da Criança e Adolescente" e informou que, sobre a "suposta violação de sigilo profissional, já foi solicitada a apuração à autoridade policial, bem como o fato, conforme já noticiado publicamente, será apurado nas esferas dos órgãos profissionais".

Além do Ministério Público, conselhos de enfermagem apuram o caso. Em nota, o Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) disse que "seguirá os ritos e adotará os procedimentos necessários para a devida investigação" do caso e se solidarizou com a atriz. O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) também prestou solidariedade e afirmou que "tomará todas as providências que lhe couber para a identificação dos responsáveis pelo vazamento de informações sigilosas pertinentes ao caso".

O caso ganhou repercussão no fim de semana. Klara Castanho se pronunciou no sábado (25.jun). Em uma carta aberta divulgada nas redes sociais (leia a íntegra abaixo), a atriz diz que não pode "silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva" e revela ter sido estuprada. Ainda na carta, Karla afirma que relembrar o episódio "traz uma sensação de morte". "Não, eu não fiz boletim de ocorrência. Tive muita vergonha, me senti culpada [...] As únicas coisas que tive forças para fazer foram: tomar a pílula do dia seguinte e fazer alguns exames", narra.

Meses depois, a atriz começou a se sentir mal e "um médico sinalizou que poderia ser uma gastrite, uma hérnia estrangulada, um mioma". Porém, durante uma tomografia foi constatada a gestação já no período final. "Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Eu não tinha ganhado peso e nem barriga", diz Klara, que ainda cita ter sido vítima de violência médica: "Esse profissional me obrigou a ouvir o coração da criança, disse que 50% do DNA eram meus e que eu seria obrigada a amá-lo".

Após a descoberta da gestação, Klara teve poucos dias até o parto. No período, ela conta ter procurado uma advogada e tomado "a decisão de fazer uma entrega direta para adoção". "Passei por todos os trâmites: psicóloga, Ministério Público, juíza, audiência -- todas as etapas obrigatórias. Um processo que, pela própria lei, garante sigilo para mim e para a criança."

No dia do nascimento, a atriz afirma ter sido abordada por uma enfermeira que acompanhou um parto e a questionou: "Imagina se tal colunista descobre essa história". Logo depois, ao chegar ao quarto, Klara já teria recebido uma mensagem do colunista. "Conversei com ele, expliquei tudo o que tinha me acontecido. Ele prometeu não publicar [...] Mas apenas o fato de eles saberem mostra que os profissionais que deveriam ter me protegido em um momento de extrema dor e vulnerabilidade, que têm a obrigação legal de respeitar o sigilo da entrega, não foram éticos nem tiveram respeito por mim e pela criança."

Por fim, a atriz diz que, no momento, está amparada pela família e cuidando da saúde mental e física. "Minha história se tornar pública não foi um desejo meu, mas espero que, ao menos, tudo o que me aconteceu sirva para que mulheres e meninas não se sintam culpadas ou envergonhadas pela violência que elas sofrem. Entregar uma criança em adoção não é um crime, é um ato supremo de cuidado. Eu vou tentar me reconstruir, e conto com a compreensão de vocês para me ajudar a manter a privacidade que o momento exige", conclui Klara.

Com a divulgação do caso, diversas personalidades usaram as redes sociais para manifestar apoio a Klara. Entre as diversas publicações, a atriz Giovanna Antonelli disse: "Conte com meu amor sempre, em meio a um mundo tão hostil à nossa volta". Já a cantora Ludmilla escreveu: "Tô longe, mas tô mandando muito amor e forças para você, Klara Castanho. Sinta-se abraçada e conte comigo".

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