Governo de São Paulo lança programa de combate ao câncer de sangue
Terapia genética inovadora custa o equivalente a dois milhões de reais e será oferecida pelo SUS
O Governo de São Paulo lançou nesta 3ª feira (14.jun), um novo programa para o tratamento de alguns tipos de câncer de sangue, como linfoma e leucemia linfoide aguda. O lançamento aconteceu no Núcleo de Terapia Celular e Molecular do Instituto Butantan.
Baseado em manipulação genética, o tratamento já está em uso em vários países. Segundo o presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, o projeto começou no ano dois mil com apoio da Fapesp, a Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado de São Paulo. A terapia, baseada nas células "Car-T" ou linfócitos, é indicada para o tratamento de leucemias e linfomas em pacientes que já passaram por quimioterapia ou transplante de medula sem sucesso.
"Trata-se de uma terapia revolucionária e individualizada, que usa as células de defesa do próprio paciente para combater o câncer. Com esse novo programa, São Paulo reforça seu pioneirismo na pesquisa e na oferta de tratamentos inovadores, de altíssima complexidade, aos brasileiros", afirmou o secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde, David Uip.
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As células colhidas do próprio paciente são encaminhadas para dois centros de tratamento, onde será feita a alteração genética. Depois, essas células programadas, que têm o poder de atacar a doença, são injetadas no corpo do paciente.
No Brasil, o estudo vem sendo desenvolvido em parceria entre o Instituto Butantan, a Universidade de São Paulo e o Hemocentro de Ribeirão Preto, no interior paulista. "O estado que foi o inovador na vacina continuará sendo inovador agora no combate ao câncer", disse o governador de São Paulo, Rodrigo Garcia.
Serão duas fábricas, uma em Ribeirão Preto, e outra na capital paulista, que já entra em operação esta semana. As duas unidades vão atender inicialmente trezentos pacientes por ano. O investimento foi de R$ 50 milhões.
Dimas covas afirmou que as chances de cura com o terapia chegam a 80%. A auxiliar administrativa, Aline de Oliveira, foi uma das sete pacientes da fase experimental do estudo e está em remissão. "Logo após minha recaída, eles me falaram sobre a terapia e foi uma nova chance de esperança", disse a paciente.
A tecnologia deverá ser acessível gratuitamente a todos os brasileiros pelo SUS, o Sistema Único de Saúde. "A hora que essas fábricas, essas plantas estiverem a todo vapor, o que se espera é que os hospitais que tenham transplante de medula óssea, possam incorporar o tratamento", afirmou Dimas Covas.