Desmatamento da Amazônia passa de 1 mil km² em abril
Estados do Amazonas, Pará e Mato Grosso lideram o ranking de derrubada de floresta
O nível de desmatamento na Amazônia bateu recorde para um mês de abril. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), divulgados nesta 6ª feira (6.mai), o alerta para a derrubada de floresta no período chegou a 1.013 km², destruindo uma área equivalente a 1.389 campos de futebol. O número representa recorde para o mês e quase dobrou, em relação ao registrado em abril de 2021, quando 580 km² de matas desapareceram.
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Pelo quarto mês consecutivo, os alertas de desmatamento seguem concentrados nos Estados do Amazonas (34,2%), Pará (28,3%) e Mato Grosso (23,8%).
Na recente divulgação do Global Forest Watch, o Brasil aparece como responsável pela perda de 40% do total de florestas tropicais no mundo durante o ano de 2021. Os dados, que contam com o monitoramento via satélite, mostraram redução de 1,5 milhão de hectares de mata no país, sendo que 359 mil foram por conta de incêndios.
"As ações de comando e controle são muito importantes, mas, para além disso, são necessárias ações coordenadas dos órgãos públicos nas três esferas e uma discussão séria sobre uma transição de modelo de desenvolvimento que perceba atividades capazes de conviver de forma harmônica com a floresta em pé", diz André Freitas, coordenador de Amazônia do Greenpeace Brasil.
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Os alertas ainda apontam que grandes polígonos de desmatamento têm sido cada vez mais observados nas imagens de satélite. O maior polígono detectado, por exemplo, foi em Altamira, no Pará, com 1.358 hectares. Em seguida aparece Lábrea, no Amazonas (1.337 hectares) e Apuí, também no Amazonas (850 hectares). Ambos os municípios amazonenses ocupam juntos o quarto lugar de maiores desmatamentos contínuos.