Depois de policiais, servidores do judiciário reclamam de reajuste
Categoria afirma que proposta não repõem perdas com a inflação e promete atos grevistas

SBT News
O governo federal decidiu conceder reajuste salarial de 5% a todos os servidores federais a partir de julho. Se aplicado, o aumento terá impacto de cerca de R$ 6 bilhões no orçamento deste ano, valor acima do R$ 1,7 bilhão inicialmente previstos.
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A medida foi recebida negativamente pelas forças de segurança. Em nota, a Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF), uma das primeiras a se manifestar, disse que "caso venha a se confirmar [o reajuste salarial], o sentimento irá superar o desapontamento, pois anulará um compromisso público com os homens e mulheres policiais, e com a sociedade brasileira, que clama por uma segurança pública mais fortalecida e eficiente".
A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) endossou o posicionamento da FenaPRF afirmando que "os policiais desempenham atividade de risco permanente, inclusive com o sacrifício da própria vida, levando a segurança pública aos locais mais distantes do país, independente de adversidades. Ainda assim, ante a ameaça de descumprimento dos compromissos assumidos e a falta de transparência ao longo processo, parece que novamente a valorização da segurança pública ficará apenas em promessas de campanha".
Agora, os servidores do judiciário também se mostraram insatisfeitos com a decisão do governo federal em apenas reajustar os salários de todos os servidores federais em 5% a partir de julho.
O coordenador da Fenajufe, a Federação Nacional dos Trabalhores e Trabalhadoras do Judiciário da União e do MPU, Thiago Duarte Gonçalves, disse que a proposta não atende ao funcionalismo público. "Nossa preocupação é com o reajuste muito abaixo da inflação. O aumento de 5% fica muito abaixo das necesssidades. A gente tem uma sensibilidade social expressiva. Sabemos que o momento da economia não é bom. Por isso, estamos pedindo um aumento real, mas apenas uma recomposição inflacionária", explicou.
A entidade já prepara mobilizações grevistas para o dia 25 de abril, em Brasília. "Iremos, inclusive, fazer um ato em frente ao Supremo Tribunal Federal para intensificar a mobilização. Porque, de fato, 5% não atende aos servidores públicos, desagrada a todo mundo. Não mantém o poder aquisitivo dos servidores", afirmou Thiago Gonçalves.
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