Economista Cesar Bergo classifica greve dos caminhoneiros como "baderna"
Presidente do Conselho de Economia do DF diz que movimento está assumindo contorno "muito perigoso"
![Economista Cesar Bergo classifica greve dos caminhoneiros como "baderna"](/_next/image?url=https%3A%2F%2Fsbt-news-assets-prod.s3.sa-east-1.amazonaws.com%2FCesar_Bergo_75dda0cc56.jpg&w=1920&q=90)
Nesta 5ª feira (9.set), cerca de 15 estados têm rodovias parcialmente bloqueadas por caminhoneiros que apoiam o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e são contra o Supremo Tribunal Federal (STF).
O economista César Bergo, em entrevista ao SBT News, classificou o movimento como "baderna". Segundo ele, o que começou como uma manifestação reivindicatória, agora é um movimento político desorganizado e de "descumprimento da lei".
"Para a economia, não só a questão interna, mas preocupa também as exportações. As estradas escolhidas foram estratégicas, porque ligam os portos brasileiros. [...] Isso tem que impactos diretos na economia, que já está combalida. Muitos políticos não conseguem avaliar corretamente esses impactos", disse.
A expectativa nesta 5ª feira é que o presidente Jair Bolsonaro converse com caminhoneiros que estão paralisados em várias partes do país. Ainda não há confirmação se Bolsonaro irá à Esplanada dos Ministérios - ainda fechada em Brasília desde 7 de setembro - ou se os caminhoneiros irão ao encontro do presidente.
De acordo com Bergo, o movimento está assumindo contorno "muito perigoso".
"Se a discussão política fica ali no Congresso e nas Câmaras Legislativas, tudo bem, mas quando extrapola de uma forma desordenada, você tem prejuízos latentes, não só com relação a um país que já tem 14 milhões de desempregados, mas agrava uma situação de renda também", afirmou o especialista.
Ele explica ainda que os discursos vindos do Poder Executivo não coloboram em nada com o momento em que o país está vivendo e revelam um desentendimento que, segundo o estudioso, não deveria existir, sobretudo em tempos de pandemia. "Infelizmente, a economia vai sofrer bastante nesse movimento", completou.