Justiça absolveu Najila de fraudar provas para tentar incriminar Neymar
Jogador teria sido novamente acusado de assédio por uma funcionária da Nike, segundo jornal dos EUA
Cristina Christiano
A denúncia de assédio sexual praticado apresentada por uma funcionária da Nike contra o atacante Neymar, segundo informou o The Wall Street Journal, não é a primeira na carreira do jogador do Paris Saint-Germain. Em maio de 2019, um outro caso envolveu o atleta e a modelo Najila Trindade. Najila acusou Neymar de estupro e agressão ocorridos em um hotel em Paris. O caso acabou arquivado, mas a modelo e o ex-marido dela, Estivens Alves, foram denunciados à Justiça por fraude processual. Contudo, esse processo também foi extinto e o casal absolvido no ano passado.
O Ministério Público de São Paulo denunciou Najila e Estivens porque a modelo havia dito à polícia que o apartamento onde morava, na Zona Sul de São Paulo, tinha sido arrombado, revirado e o criminoso levou o tablet dela, no qual estariam as provas de estupro e agressão contra Neymar. A denúncia se estendeu ao ex-marido porque Estivens esteve no imóvel, confirmou o arrombamento e tirou fotos do local.
Em novembro do ano passado, contudo, a juíza Ana Lúcia Fernandes Queiroga, da 31ª Vara Criminal de São Paulo, absolveu o casal. Em sua sentença, a magistrada escreveu que "não seria razoável que o acusado, com o intuito de adulterar o local do delito, filmasse o próprio crime que cometeu." Houve recurso do MP, com pedido de reabertura do caso, mas o Tribunal de Justiça negou. Em setembro de 2019 a Justiça também já havia rejeitado outra denúncia do Ministério Público contra Najila, por denunciação caluniosa e extorsão, em razão de ela ter feito as denúncias contra Neymar sem apresentar provas.
O caso
Najila e Neymar se conheceram em redes sociais no início de maio de 2019 e, após algumas trocas de mensagens, ele a convidou para se encontrarem em um hotel de Paris. Para tanto, pagou as passagens aéreas e a hospedagem.
Em 15 de maio daquele ano, os dois se encontraram no hotel. Segundo a modelo, Neymar teria chegado embriagado e forçado a relação sexual, durante a qual a teria agredido. No dia seguinte, eles se reencontraram no mesmo local e, na ocasião, a modelo o teria agredido com tapas no rosto, conforme mostrou um vídeo que viralizou na internet. Mais tarde, a modelo trocou mensagens com o jogador por redes sociais e enviou uma foto com hematomas no corpo dela. Neymar respondeu que a culpa havia sido dela.
Já de volta a São Paulo, Najila passou por exames com o médico Luiz Eduardo Rossi Campedelli e o laudo apontou hematomas, arranhões nos glúteos, transtorno ansioso e depressivo e traumatismos superficiais não especificados. Em 31 de maio, ela fez boletim de ocorrência contra o jogador na Delegacia de Defesa da Mulher de Santo Amaro, mas o caso só veio a público em junho. Na época, ela disse à polícia que se recusou a ter relações sexuais com Neymar porque o atleta não queria usar camisinha.
O pai do jogador denunciou na ocasião que o filho estava sendo vítima de tentativa de extorsão. O caso foi investigado, os envolvidos prestaram depoimentos, mas tanto a polícia quanto o MP não viram provas contra o jogador, fato que resultou no arquivamento do processo.
Neymar ainda respondeu a um processo na Justiça do Rio por ter divulgado fotos íntimas do relacionamento entre ele e a modelo, mas o caso também foi arquivado.