Temporal no Rio de Janeiro deixa dez vítimas e cidade em colapso

A forte chuva começou a cair sobre o Rio de Janeiro no início da noite desta segunda-feira (08) e, desde então, ainda sem quase dar trégua, os danos permanecem espalhados em quase toda a cidade. 

Bairros inteiros continuam ilhados, vias importantes da cidade foram interditadas e o transporte público interrompido em diversos pontos. Dez pessoas morreram em consequência do temporal. A água escoada da chuva, invadiu a Lagoa Rodrigo de Freitas, enchendo-a de barro. Sem ter como voltar para casa, muitos moradores chegaram a dormir pelo caminho.

No Horto, a enxurrada destruiu famílias inteiras e a lama, que escorria das encostas ou invadia os quintais, destruiu tudo o que havia dentro das casas. O desastre se agravou com o transbordamento do rio na região; a correnteza levou consigo árvores, muros, carros, móveis, paredes inteiras. 

Devido à contaminação de reservas, muitos bairros ainda tiveram o abastecimento de água interrompido. "Estamos sem água. Fizemos muita comida com água da chuva", contou Márcia Damásio, moradora da região.

A procura pelas vítimas teve início ainda no final da noite de ontem e prosseguiram até parte da tarde de hoje. Apesar dos já corpos encontrados e identificados, pessoas seguem desaparecidas. 

Próximo ao Shopping Rio Sul, bombeiros fizeram buscas no local onde um táxi estava soterrado por lama, pedras e galhos de árvores. Dentro do veículo, foram encontrados os corpos da avó, Lúcia Xavier Sarmento, da neta, Júlia Neves e do motorista.

No bairro vizinho, no morro da Babilônia, no Leme, dias irmãs morreram soterradas. Moradores afirmam que as sirenes da comunidade não teriam tocado.

As vítimas eram vizinhas. Doralice do Nascimento saiu de casa para tentar resgatar a irmã, Gerlaine do Nascimento, mas, não conseguiu; ambas foram arrastadas pela lama. 

No fim da tarde, o Corpo de Bombeiros também localizou o corpo do companheiro de Doralice, Gilson dos Santos, que morreu soterrado. 

Na Gávea, uma festa de aniversário em família também terminou em tragédia. O aniversariante, Guilherme Nascimento, de 30 anos, foi à favela da Rocinha comprar carne para o churrasco, na garupa de um mototáxi, e foi arrastado pela enxurrada. O corpo do rapaz foi encontrado em baixo de um carro, em um dos acessos à Comunidade. 

No Jardim Maravilha, em Campo Grande, na Zona Oeste, um homem ainda não identificado foi encontrado morto. Também na região, em Santa Cruz, Régis Izidro da Silva, de 42 anos, foi arrastado pela correnteza e se afogou. No mesmo bairro, Leandro Ramos Pereira morreu eletrocutado.