Saúde

Seu skincare parece não funcionar? Pode ser desequilíbrio da barreira cutânea

Flora da pele "fora do eixo" pode causar sensibilidade, oleosidade, irritação e falhas no cuidado – e muitas vezes passa despercebido

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Creme para skincare | Reprodução/Unsplash

A pele é um ecossistema vivo. Todos os dias, milhões de bactérias, fungos e outros microrganismos convivem em equilíbrio na superfície, formando o chamado microbioma da pele. Essa comunidade atua como barreira natural, ajudando a proteger contra agressões externas, a modular a imunidade e a manter uma aparência saudável. Mas, quando esse equilíbrio se rompe, a pele desregula: fica mais sensível, oleosa, reativa e até inflamada – mesmo mantendo os mesmos produtos de skincare.

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Assim como no intestino, o microbioma da pele depende da harmonia entre seus microrganismos. Vários fatores podem quebrar esse equilíbrio: excesso de esfoliação, uso repetido de ácidos, limpeza agressiva, clima seco, estresse, alterações hormonais e até a alimentação.

Quando isso acontece, a barreira cutânea perde parte da função defensiva. A pele passa a responder de forma exagerada, com ardência, vermelhidão, coceira, acne reativa, descamação ou oleosidade fora do comum. É como se o corpo enviasse sinais de que a rotina não funciona mais.

O desafio é que muitas pessoas interpretam esses sinais como falta de produto, aumentam o uso de ativos e agravam o desequilíbrio.

Como é feito o diagnóstico e o que muda no tratamento

O diagnóstico de disbiose cutânea é clínico e deve ser feito por dermatologista. A avaliação considera o histórico da pele, hábitos de skincare, ambiente, clima e fatores emocionais. Em muitos casos, o tratamento não começa acrescentando produtos, e sim cortando excessos.

Entre as estratégias mais utilizadas estão:

  • redução de ativos irritantes por um período;
  • uso de hidratantes reparadores com ingredientes pró-barreira;
  • readequação da limpeza (menos e mais suave);
  • reintrodução gradual de ácidos e antioxidantes;
  • produtos que respeitam o pH da pele;
  • escolha de fórmulas com prebióticos e probióticos tópicos;
  • modulação de fatores internos, como estresse, sono e alimentação.

Esse conjunto ajuda o microbioma a se reorganizar e permite que a pele volte a responder melhor aos cuidados. O objetivo é restaurar a tolerância, recuperar a hidratação profunda e reduzir a inflamação silenciosa que muitas vezes acompanha o quadro.

Quando suspeitar de disbiose cutânea

Alguns sinais típicos chamam a atenção:

  • a pele começa a reagir a produtos que antes eram bem tolerados;
  • aumento repentino de sensibilidade, vermelhidão ou coceira;
  • acne que piora com limpeza intensa;
  • sensação de ardência após aplicar skincare básico;
  • oleosidade descontrolada, mesmo com rotina regular;
  • sensação de que “nada funciona mais”.

Se você percebe que sua pele não responde como antes, o problema pode estar onde não dá para ver: no equilíbrio da flora da pele. Restaurar o microbioma não é só uma tendência do skincare moderno – é essencial para recuperar a saúde da pele e fazer qualquer tratamento realmente funcionar.

*Profa. Dra. Flávia Alvim Sant Anna Addor (CRM/SP 66.293 | RQE 42.404) é dermatologista e membro da Brazil Health.

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