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Rueda vai acionar STF para apurar se Bivar tem relação com incêndio em sua casa

Advogado do presidente do União Brasil diz que episódio vem após ameaças de Bivar contra a vida de Rueda, mas deputado federal nega ter feito intimidação do tipo

Rueda vai acionar STF para apurar se Bivar tem relação com incêndio em sua casa
Rueda ameaças Bivar
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O presidente eleito do União Brasil, Antônio Rueda, vai acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) para que seja apurado o suposto envolvimento do deputado federal Luciano Bivar (União-PE) nos incêndios ocorridos em uma casa de praia de Rueda e em outra da irmã deste em um mesmo condomínio no litoral de Pernambuco. O anúncio foi feito pelo advogado do presidente, Paulo Catta Preta, em coletiva de imprensa nesta terça-feira (12).

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O advogado afirma que a suspeita de envolvimento existe porque os incêndios vieram após Bivar fazer ameaças contra a vida de Rueda e contra familiares dele, incluindo a irmã, Maria Emília, que é tesoureira do União Brasil.

Bivar, por sua vez, nega ter feito intimidação do tipo, chama o ocorrido no litoral pernambucano de "factoide", diz que ele foi ameaçado por Rueda primeiro e pontua que denúncias contra este serão apresentadas ao Conselho de Ética do partido.

Segundo Catta Preta, a primeira ameaça por parte de Bivar contra a vida do novo presidente da sigla ocorreu em 26 de fevereiro, dias antes da convenção partidária em que Rueda foi eleito para o posto, realizada em 29 de fevereiro. O advogado diz haver uma gravação do momento.

Na ocasião, relata, Rueda entra em casa em uma ligação telefônica no viva-voz com dois deputados, sendo um pelo Rio Grande do Sul e outro por Minas Gerais. Em determinado instante, Bivar assume a ligação e passa a desferir uma série de ameaças a Rueda e, depois, a seus familiares. O momento é gravado pela esposa de Rueda, que ficou assustada com as falas. Ainda conforme Catta Preta, Bivar falava que iria matar, acabar com a vida de Rueda.

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No último dia 28, a defesa de Rueda comunicou os fatos à Polícia Civil, que prontamente instaurou um procedimento de investigação. No dia 29, porém, as ameaças teriam prosseguido.

"Naquele momento, o próprio deputado Luciano Bivar reafirma essa ameaça, uma ameaça contra a vida de Antônio Rueda, na presença de um vereador chamado Milton Leite. Ele presenciou essas ameaças. Ele [Bivar] disse que gastaria o que fosse preciso, mas acabaria com a vida de Antônio Rueda", pontuou o advogado na coletiva desta terça.

"Na própria convenção partidária, num pronunciamento oficial, está gravado, ele [Bivar] volta a dizer, de forma indireta, que Deus cuidasse dos seus amigos, porque dos inimigos ele cuidaria pessoalmente".

Em 6 de março, de acordo com o advogado, é feito um relato por uma pessoa que procura Rueda e diz ter ouvido uma ligação em que as ameaças contra o presidente do União são repetida e sistematicamente feitas, sempre com Bivar falando que acabaria com a vida do ex-aliado.

Todos esses fatos até 6 de março foram comunicados à Polícia Civil, e esta pediu ao Supremo Tribunal Federal autorização para abertura de inquérito policial.

Ainda não há decisão do relator, ministro Nunes Marques, e é no âmbito desse pedido de autorização que o advogado de Rueda comunicará o episódio dos incêndios de segunda-feira (11) para que o suposto envolvimento de Bivar seja apurado também. A expectativa é que uma representação informando os novos fatos seja protocolada até o final do dia.

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"Embora ainda não se pode afirmar categoricamente a autoria desses incêndios, há indícios que a gente não pode negligenciar", pontuou Catta Preta.

"Veja, naturalmente se um atentado ocorre à vida de alguém, é muito natural, isso não decorre nem do direito, mas da própria lógica, que a primeira suspeita seja daquela pessoa que há dez dias vem ameaçando sistematicamente essa vítima".

De acordo com ele, há ao menos outros dois indícios de envolvimento de Bivar no caso: o deputado federal também possui casa no condomínio, o que facilitaria a logística em um eventual incêndio criminoso, e Bivar, no pronunciamento de 28 de fevereiro, "agrediu" também a irmã. Isto, pontua, mostra uma disposição do parlamentar também em atacar Maria Emília.

"Quero dizer com todas as palavras: ainda não se pode afirmar categoricamente a autoria desses fatos ao deputado Bivar, mas não se pode cegar aos indícios que indicam a possibilidade da sua autoria", declarou Catta Preta.

"Atemorizado"

Catta Preta afirma que, diante do ocorrido ontem, Rueda está "atemorizado" e "realmente escandalizado com a escalada nesse contexto de violência política que se faz. Isso se inicia com ameaças que se repetem e agora, ao que tudo sugere, eu não posso afirmar categoricamente, mas há esses dois incêndios ontem que escalam e escalam gravemente essa crise que se instalou".

Ontem, Rueda estava em uma viagem de férias com a família nos Estados Unidos. Por causa dos incêndios, decidiu retornar ao Brasil. Ele já chegou ao país.

Catta Preta ressalta que o Governo do Distrito Federal (GDF) se colocou à disposição para fornecer segurança institucional a Rueda, por causa das ameaças que Bivar teria feito contra sua vida.

Segundo o advogado, uma familiar de Rueda, sem ser a irmã, também foi ameaçada, mas o profissional não revelou quem.

Ele salienta que um exame feito, na manhã desta terça, dos resultados dos incêndios demonstra sinais de que as casas foram arrombadas. A perícia ainda verificará isso.

Outro lado

Em coletiva de imprensa também nesta terça-feira, na sede da sigla em Brasília, Bivar disse ter tido uma conversa com Rueda em que fez uma ameaça, mas não à integridade física do ex-aliado.

De acordo com o político, na ocasião, que presume ter sido em 26 de fevereiro, Rueda ligou para ele e, na conversa, o agora presidente do União ameaçou sua família primeiro. Em represália, Bivar teria dito que acabaria com a raça política de Rueda. Essa seria a única ameaça que fez. O deputado federal, porém, fala não lembrar exatamente quais foram as feitas por Rueda contra sua família, porque não gravou o momento.

Ainda na coletiva, o parlamentar pontuou que se Rueda o acusar de participação nos incêndios de ontem, vai processá-lo por danos morais. Bivar diz não ter conhecimento de que o incêndio realmente ocorreu e, por isso, o chamou de factoide.

Ele admitiu ter uma casa no mesmo condomínio, mas, de acordo com ele, em um grupo de moradores não foi falado nada sobre o ocorrido.

O deputado chamou Rueda de "traidor", por causa das articulações para ter mais poder no União Brasil, acusou a esposa deste de ter roubado quantia de dinheiro de um cofre seu em Miami, nos Estados Unidos, e disse que está encaminhando denúncias contra Rueda ao Conselho de Ética do União.

Em conversa com o SBT News, o advogado do partido, Raphael Souto, disse que elas são sobre utilização do nome do partido para "negociatas no estado do Rio de Janeiro, em diversos órgãos no estado, e utilização de Fundo Especial de Financiamento de Campanha em algumas tratativas de que seria destinado dinheiro para candidatos laranjas".

Elas não teriam sido encaminhas agora por causa do levantamento da suspeita de ligação de Bivar com o incêndio, mas sim por causa do tempo para formalização do Conselho de Ética. A formalização ocorreu no último dia 5.

Disputa partidária

Bivar e Rueda protagonizam uma disputa interna no União Brasil pelo controle do partido. O deputado federal não aceita o resultado da eleição, no último dia 29, na qual Rueda foi eleito presidente. Segundo ele, a convenção partidária foi feita "a arrepio do estatuto". O deputado disse que judicializaria o evento se tentassem registrar a ata.

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